O senador Tasso Jereissati (CE) disse ontem (29) que a declaração feita pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha – de que o PSDB não está na base do governo– reflete o sentimento majoritário do partido.
Eu acho que é uma constatação porque é o obvio, é o sentimento do partido. Não vou dizer que seja unânime, mas da maioria”, declarou.
Tasso, que ocupou a presidência do PSDB interinamente entre maio e novembro, é um dos principais críticos sobre o apoio da sigla ao governo de Michel Temer. “Essa sempre foi minha posição. É o que um grande grupo de deputados, senadores e membros do partido defende. Que é o PSDB fora do governo, mas votando com as reformas”, disse.
A declaração do tucano ocorre logo depois de Padilha ter dito em evento no Palácio do Planalto que lideranças tucanas já manifestaram interesse no desembarque. “O PSDB não está mais na base de sustentação do governo federal. O PSDB já disse que vai sair. Nós vamos fazer de tudo para manter a nossa base de governo e um projeto único de poder para 2018”, disse Padilha.
Ainda ontem, o ministro afirmou que mesmo que a legenda abra a mão dos cargos na Esplanada dos Ministérios, Temer poderá manter tucanos como nomes de sua cota pessoal. “Uma coisa é um ministro que está no governo representando um partido. Outra coisa é o presidente manter alguém como representante de sua cota pessoal”, disse.
Já o presidente interino do PSDB, Alberto Goldman, disse à Folha “não ter entendido” a declaração do ministro. “Não vamos desembarcar porque nunca embarcamos nada. O PSDB nunca esteve na base do governo. Nós apoiamos o governo, isso não quer dizer que nós somos da base”, declarou.
Goldman disse ainda que, embora haja um respeito da legenda aos tucanos que estão na Esplanada, que os nomes dos ministros nunca foram uma indicação partidária. Para ele, as indicações feitas pelo senador Aécio Neves (MG), então presidente do partido, “foram feitas em nome pessoal”. “Nós nunca indicamos nome nenhum”, disse.
O PSDB detém atualmente três ministérios: Relações Exteriores (Aloysio Nunes), Secretaria de Governo (Antonio Imbassahy) e Direitos Humanos (Luislinda Valois). Depois da saída de Bruno Araújo da pasta de Cidades, a expectativa é de que Imbasshy e Luislinda também deixem a Esplanada. Já Nunes deve permanecer como chanceler na cota pessoal de indicações de Temer.
Fonte: Folha de São Paulo