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Idosos sofrem com atual onda de desemprego

22 de setembro de 2016
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A recessão que há dois anos castiga o mercado de trabalho fez a taxa de desemprego aumentar em todo o Brasil, segundo uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (21), no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA. Deixando  a taxa de desemprego no Piauí abaixo dos 10% no segundo trimestre do ano.

Francisca Maria, 65 anos, aposentou e se viu em uma situação financeira complicada. “O único jeito que encontrei foi arrumar um trabalho, para complementar a renda”, frisa a aposentada que destaca ainda que a renda extra é o que segura as contas em casa.

No Brasil, o desemprego entre as pessoas de 60 anos ou mais passou de 2,05% no último trimestre de 2014 para 4,75% no segundo trimestre de 2016 — um salto de 132%. Quando se observa a dinâmica do mercado de trabalho este ano, a situação desse grupo é ainda pior. Enquanto entre os jovens, que têm a maior taxa de desemprego, o índice se estabilizou na casa dos 26%, entre os idosos houve crescimento de 44%, passando de 3,29% nos três primeiros meses deste ano para 4,75% no segundo trimestre.

O coordenador da publicação, o técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea José Ronaldo Souza Jr., explica que o aumento do desemprego entre o grupo de maior faixa etária ocorreu não devido a cortes nas empresas, mas principalmente pelo aumento do número de idosos procurando emprego para complementar a renda. “Há um peso do aumento demográfico, ou seja, mais pessoas completaram 60 anos nesse período, muitos idosos tiveram de deixar a inatividade para procurar trabalho. O problema é que esse grupo tem dificuldades de se inserir. Primeiro porque eles estavam fora do mercado; segundo, porque se questiona, muitas vezes, o quão produtivos ainda são”, avalia Souza Jr.

Segundo o técnico do IPEA, os idosos têm mais chances de ser inseridos no mercado de trabalho devido sua experiência. “Os idosos são vistos pelos empregadores como uma mão de obra experiente, mas que pode ter perdido a capacidade para trabalhos que exijam força física. Eles têm mais chances de ser inseridos em funções operacionais, como é comum nas redes de varejo, e em cargos de coordenação, em razão da experiência”, completa o técnico.

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