Brasília – Após a polêmica em torno da sua atuação como secretário municipal de Saúde e em uma consultoria privada, o futuro ministro da Saúde, Arthur Chioro, anunciou que deixará seu trabalho na empresa em que é sócio. A atuação do ministro levou o Ministério Público (MP) de São Paulo a investiga-lo por improbidade administrativa, segundo a Folha de S. Paulo desta quinta-feira (23).
O deputado federal Izalci Lucas (PSDB-DF) ressaltou que as indicações do PT, em geral, “geram controvérsias”. “O ex-presidente Lula [Luiz Inácio Lula da Silva] deixou a Presidência da República, mas continua governando e tumultuando”, afirmou ele, lembrando que Chioro foi indicado por Lula.
Segundo Izalci, a decisão de Chioro de deixar a consultoria não resolve a questão. “Ele [o futuro ministro] já entra no governo sob suspeição e isso é ruim. Mas é um padrão no PT isso”, destacou o parlamentar.
Histórico
Em setembro de 2013, foi instaurado um inquérito civil público para apurar a possível violação ao princípio da administração pública no MP.
Para o Ministério Público, Chioro contraria a Lei Orgânica de São Bernardo ao exercer a função de secretário municipal e, ao mesmo tempo, ser sócio majoritário da empresa Consaúde Consultoria, Auditoria e Planejamento Ltda., que presta serviços a diversos municípios.
A consultoria, que pertence ao secretário desde 1997, prestou serviços na área de saúde a várias cidades paulistas, sobretudo em municípios sob gestão petista.
Há pelo menos um contrato com a Prefeitura de Ubatuba, datado de 2013, e dois com a administração municipal de Botucatu, em 2003, quando a cidade era comanda pelo petista Antonio Mario de Paula Ferreira Ielo.