Brasília – Em entrevista à Rádio Jornal, de Pernambuco, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), reiterou que há um “sentimento claro de mudança no Brasil” sem reflexo nas pesquisas de intenções de voto. De acordo com ele, o brasileiro quer novas alternativas de poder em relação ao atual governo. O tucano disse que, em 2009, o sentimento era completamente diferente.
“Há, hoje, um sentimento claro de mudança no Brasil e ele não tem correspondência ainda nas pesquisas eleitorais porque há um nível hoje de desconhecimento grande em relação às outras alternativas, inclusive em relação ao meu amigo governador [de Pernambuco] Eduardo Campos [PSB]”, afirmou o senador.
Segundo Aécio, o sentimento há quatro anos era outro. “O sentimento há quatro anos era de continuidade, economia crescendo fortemente, emprego crescendo, o então presidente Lula com altíssima popularidade”, ressaltou.
Eficiência
O tucano disse que a proposta alternativa de governo defendida pelo PSDB está baseada em transformações na gestão pública e permitirá um novo ciclo com mais solidariedade, sustentado pela refundação da federação, fortalecendo os estados e municípios.
“[A proposta do PSDB é de] um governo mais enxuto e, ao mesmo tempo, mais eficiente. Seria um governo que teria uma visão de mundo muito pragmática a favor dos interesses do Brasil e fugiria desse alinhamento ideológico que nos levou ao final da fila dos investimentos, que está levando o Brasil a crescer esse ano apenas mais do que a Venezuela na América do Sul”, destacou o senador.
Segundo Aécio, há uma “equação extremamente perversa de crescimento baixo”. “Com inflação alta e uma perda crescente da credibilidade do país. E, essa perda de credibilidade tem efeito na diminuição dos investimentos. E, são esses investimentos que geram renda e emprego. Seria um governo que teria também, na questão ética, uma diferença de comportamento muito grande em relação ao partido que hoje governa o Brasil e que parece não se incomodar com as sucessivas denúncias que ocorrem sobre o governo”, disse.
Para o parlamentar, é fundamental pensar em um novo ciclo para o Brasil. “Não tenho dúvida de que o Brasil precisa iniciar um novo ciclo de maior solidariedade com estados e municípios que passam pela refundação da federação, onde nós tenhamos, em relação à educação, também uma solidariedade maior da União e um plano de educação não tão tímido quanto esse que o governo buscou aprovar agora no final do ano”, disse.
Legado
Aécio ressaltou que no PSDB há um “grande orgulho” do legado dos oito anos do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2003). “Nós temos enorme orgulho da contribuição do presidente FHC no seu governo ao Brasil”, destacou ele. “Nós devemos, sim, reconhecer e valorizar o nosso legado, mas, principalmente, nós temos que apontar para o futuro. O PSDB tem que voltar a falar de esperança, voltar a falar que é possível nós termos no Brasil um governo em que ética e eficiência possam caminhar juntas.”
Segundo Aécio, o legado do governo Fernando Henrique engloba a modernização da economia, a partir da Lei de Responsabilidade Fiscal, a privatização de setores, como a siderurgia e telefonia, além da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer). Segundo ele, os princípios que regem o PSDB se baseiam na ética, na cidadania e na meritocracia.
“Nós devemos, sim, reconhecer e valorizar o nosso legado, mas, principalmente, nós temos que apontar para o futuro. O PSDB tem que voltar a falar de esperança, voltar a falar que é possível nós termos no Brasil um governo em que ética e eficiência possam caminhar juntas”, afirmou o tucano.