Brasília – O problema da saúde pública brasileira é principalmente de falta de gestão, e não de escassez de recursos, segundo relatório do Banco Mundial, divulgado em matéria no jornal Folha de S. Paulo nesta segunda-feira (9).
O texto menciona que a rede hospitalar nacional poderia ter uma produção três vezes maior do que a atual, e com os mesmos recursos, se os funcionários e gestores do setor fossem mais capacitados.
Segundo o relatório, o simples aumento de verbas não mudaria em caráter definitivo a qualidade da saúde pública, se não for acompanhado de evolução na qualidade da gestão.
“Diversas experiências têm demonstrado que o aumento de recursos investidos na saúde, sem que se observe a racionalização de seu uso, podem não gerar impacto significativo na saúde da população”, disse Magnus Lindelow, o líder de Desenvolvimento Humano do Banco, no Brasil, à Folha.
O deputado federal César Colnago (PSDB-ES), que é médico, destacou que um problema adicional na saúde pública nacional é a falta de controle dos recursos que são aplicados.
“As verbas são destinadas e não se verifica, corretamente, como elas aplicadas. Então, abre-se o caminho para desvios, para corrupção. É uma situação delicada”, disse.
O parlamentar acrescentou que, no Brasil, há ainda a questão da violação do pacto federativo, com responsabilidades direcionadas a prefeituras e governos estaduais, e sem o financiamento correspondente.
“Os prefeitos recebem, atualmente, a maior pressão pela questão da saúde pública. E o governo federal, por sua vez, concentra recursos. Cria-se um problema que prejudica os cidadãos”, apontou.