Durante os últimos 13 anos, período em que esteve no poder, o PT teve a oportunidade de realizar importantes reformas para o país, como a trabalhista, a previdenciária e a política, mas não o fizeram. Não tiveram “a coragem de enfrentar os dissabores políticos em fazer” as mudanças necessárias. Esta é a opinião do deputado federal Rogério Marinho (PSDB).
“Foram covardes e torpes, tinham popularidade, apoio no Congresso e alianças com quase todos os segmentos sociais e não se moveram para garantir as reformas. Pelo contrário, aprofundaram os problemas. Não foram estadistas mirando o futuro, foram o que são: populistas e irresponsáveis com o Estado e com a sociedade brasileira, preocupados com um Projeto de poder e não com um projeto de País”, diz o parlamentar em artigo publicado neste final de semana no Novo Jornal.
Ainda de acordo com o deputado, “o Brasil paga com quase 12 milhões de desempregados o preço da má gestão do PT, sem contar com a volta da inflação, com recessão, com desindustrialização e com a falta de confiança justificada de investidores nacionais e internacionais”.
Leia o artigo abaixo, na íntegra.
Coragem necessária
Deputado Federal Rogério Marinho
A economia brasileira só poderá ter desempenho melhor e de caráter estável com as tão ansiadas reformas institucionais. As reformas tributária, trabalhista e previdenciária são a garantia de modernização da economia do país; sem elas estamos fadados à instabilidade e à torpeza econômica. São fundamentais para o equilíbrio das contas públicas, para um futuro minimamente seguro e para alcançarmos governança fincada na responsabilidade fiscal.
O PT governou por mais de uma década e não teve a coragem de enfrentar os dissabores políticos em fazer as reformas. Foram covardes e torpes, tinham popularidade, apoio no Congresso e alianças com quase todos os segmentos sociais e não se moveram para garantir as reformas. Pelo contrário, aprofundaram os problemas. Não foram estadistas mirando o futuro, foram o que são: populistas e irresponsáveis com o Estado e com a sociedade brasileira, preocupados com um Projeto de poder e não com um projeto de País.
O preço pago por desequilíbrios é alto demais para adiar reformas. Para compreender a crueza da realidade, basta vermos a história recente de países que desafiaram as leis da economia. Simplesmente, o preço foi a falência: Grécia, Espanha e Portugal. As reformas adiadas, cedo ou tarde, tiveram que ser feitas. E foram dramáticas para as nações viciadas em adiar problemas. O Brasil paga com quase 12 milhões de desempregados o preço da má gestão do PT, sem contar com a volta da inflação, com recessão, com desindustrialização e com a falta de confiança justificada de investidores nacionais e internacionais.
O déficit da Previdência para 2016 foi estimado em R$ 136 bilhões; o rombo é superlativo para ser ignorado. O Brasil precisa da reforma da Previdência. Argentina e Grécia não enfrentaram o problema no tempo adequado e foram obrigadas a reduzir pela metade os benefícios previdenciários, isto sob um choque social intenso.
Evitaremos o problema com uma reforma previdenciária que tenha, no mínimo, estes elementos: 65 anos de idade mínima para aposentadoria de homens e mulheres no emprego privado e público com regras de transição para quem já está no mercado; separar o que é conta da assistência social e da previdência com contribuição. Por efeitos demográficos já amplamente conhecidos, a reforma da previdência é necessária até para resguarda-la em sua capacidade de gerar benefícios acordados a todos os contribuintes.
Caso não haja a reforma, estaremos cada vez mais perto do que aconteceu na Grécia, um resultado em que todos perderam. De nossa parte, seremos defensores intransigentes no Congresso da modernização da economia e das instituições nacionais. Precisamos dar saltos qualitativos institucionais e compensar o atraso a que o país foi submetido por uma administração federal desastrosa.