Brasília (DF) – As obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, registraram, apenas na primeira fase, um superfaturamento de R$ 69,597 milhões, 13% do total do contrato. A avaliação foi feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e mostrou que o valor da obra, que liga o doleiro Alberto Youssef ao ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, só não foi maior porque houve uma repactuação de preços entre a estatal e o consórcio.
O TCU determinou, em agosto, que a estatal executasse garantias do consórcio Refinaria Abreu e Lima para reaver a quantia e encaminhou provas à Polícia Federal, ao Ministério Público Federal e à Casa Civil da Presidência da República. As informações são da reportagem desta quinta-feira (27) do jornal O Globo.
O senador Cyro Miranda, titular da Comissão de Assuntos Econômicos, comparou o caso com o da refinaria de Pasadena, no Texas, em que a Petrobras pagou US$ 1,18 bilhão pela compra.
“Pasadena foi a ponta do novelo do rolo que está por vir. Esse superfaturamento vem confirmar o que todos já sabíamos: um governo que apenas delapida o nosso maior patrimônio”, afirmou.
Para o tucano, a “caixa preta da Petrobras vai se abrir aos poucos”. “Esse cidadão que foi preso tem conexão e pertencia ao conselho de acionistas de Pasadena. Ou seja, já tinha ligação com os desmandos”, reiterou, referindo-se à prisão preventiva de Paulo Roberto Costa por corrupção passiva no último dia 20.
Sujeira
Ainda segundo a reportagem, Youssef e Costa teriam contas comuns no exterior e relatórios mensais da posição do ex-diretor da Petrobras com o doleiro e foram produzidos, com pagamentos a serem feitos inclusive a terceiros.
O senador disse que o grande problema do Brasil é ser regido por um governo que “não tem comprometimento com a população’. “Eles estão varrendo para debaixo do tapete e isso nós, da oposição, não admitimos. Vamos correr atrás dos fatos e mostrar a cara dos responsáveis. “Cadê a tão falada boa gestora?”, lamentou.