Brasília – O Senado vai relembrar, na próxima segunda-feira (24), em sessão solene os 30 anos do primeiro grande comício do movimento Diretas Já, que ocorreu em Curitiba (PR) – em 12 de janeiro de 1984. A sessão foi sugerida pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR), que participou da cerimônia há 30 anos.
“O público superou todas as expectativas. Foi o mais fascinante momento da história política contemporânea. Ali plantamos a semente da Constituinte”, recordou o senador.
Emocionado, Alvaro Dias relatou em um documentário sobre a mobilização.: “Ali os brasileiros começaram a se reencontrar com a democracia em uma manifestação pacífica e alegre. Não havia encapuzados. Estávamos todos mostrando nossas caras e olhando para o futuro”.
História
Na época, o Brasil vivia os últimos anos do regime militar. Havia a definição de que o então presidente João Baptista Figueiredo seria substituído por um civil, mas o processo de escolha era incerto – se por eleições diretas ou por uma seleção indireta no Congresso Nacional.
A população foi às ruas e pediu o voto direto, em uma série de mobilizações em todo o país. Mas, apesar da mobilização popular, a emenda que garantia eleições diretas – elaborada pelo deputado Dante de Oliveira, que posteriormente seria eleito governador do Mato Grosso pelo PSDB – foi derrubada pelo Congresso, e as eleições presidenciais de 1985 foram pelo sistema indireto.
Antecedentes
Em novembro de 1983, os então governadores Tancredo Neves (Minas Gerais) e Franco Montoro (São Paulo) divulgaram a “Declaração de Poços de Caldas”, documento em que pediam a relação de eleições diretas.
O aniversário de 30 anos da Declaração foi comemorado pelo PSDB no ano passado, com o lançamento do movimento “Federação Já”. Na ocasião, o presidente do partido, Aécio Neves, o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, os oito governadores tucanos e outras lideranças fizeram uma mobilização em defesa da melhor distribuição de recursos entre os entes da federação.