Menos de uma semana do nome do filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Fábio Luís Lula da Silva, ter sido citado, em delação premiada à Justiça pelo lobista Fernando Soares, apontado como operador do PMDB no esquema de corrupção da Petrobras investigado na Operação Lava Jato, afirmando que pagou despesas pessoais no valor de R$ 2 milhões a Lulinha, mais uma suspeita recai sobre a família do ex-presidente.
O jornal “Valor Econômico” , em sua edição online desta quinta-feira (15), informa que o empresário Taiguara Rodrigues dos Santos, sobrinho da primeira esposa de Lula, já falecida, afirmou em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES que uma de suas empresas, a Exergia Brasil, recebeu entre US$ 1,8 milhão e US$ 2 milhões por serviços prestados à Odebrecht, na obra de ampliação da hidrelétrica de Cambambe, em Angola.
De acordo com a reportagem, o empresário negou que a relação familiar com Lula e a amizade com o filho do ex-presidente tenha influenciado nos contratos, e disse que todos foram obtidos em licitações dentro da Odebrecht. “Santos, porém, reconheceu que não tinha expertise na área. Antes, ele era dono de uma empresa para reforma de fachadas e troca de vidros de prédios e morava em um apartamento de quarto e sala”, destaca o “Valor”.
Ainda conforme a apuração, “o empresário afirmou que virou sócio minoritário da Exergia Brasil em 2009, com 49% do capital social de R$ 2,5 milhões, e que obteve o primeiro contrato em 2011, mesmo ano em que o BNDES teria feito um empréstimo para a Odebrecht executar as obras na hidrelétrica. O contrato está sob investigação do Ministério Público.