A Assembleia Geral da ONU, realizada ontem (24) em Nova York, serviu de palanque para a presidente Dilma Rousseff apresentar ao mundo o país da propaganda. É o que pensa o advogado Valério Marinho, presidente do diretório estadual do PSDB no Rio Grande do Norte. Para ele, a presidente da República “descartou a realidade e desrespeitou a população ao levantar a política propagandista”.
“Na maior parte do seu discurso, a presidente exaltou um Brasil que não existe. Um país ilusório reconhecido apenas nas propagandas políticas durante campanha eleitoral. Como cidadão, me senti entre os milhões de brasileiros que recebem o devido respeito”, disse Valério Marinho, que também criticou o fato de Dilma Rousseff utilizar o “palanque privilegiado” para atacar as ações de espionagem do governo americano.
Na avaliação do Instituto Teotônio Vilela (ITV), é correto Dilma protestar contra intromissões indevidas de bisbilhoteiros na vida do país. “Merece solidariedade e apoio de todos os brasileiros por isso. Mas daí a engolir seu discurso moldado pelo marketing e orientado por pesquisas eleitorais vai distância tão longa quanto a que separa as palavras da presidente das ações de seu governo”.
Em nota a respeito do pronunciamento da petista, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, lembrou que o partido manifestou seu repúdio aos atos de espionagem tão logo eles foram denunciados pela imprensa. “São ações intoleráveis, que agridem a soberania nacional. Mas é preciso que o governo brasileiro assuma sua responsabilidade em relação à defesa cibernética do país, e não trate essa questão sob a ótica do marketing”, cobrou o tucano. Aécio lembrou que menos de 10% do orçamento para o setor este ano foram utilizados. Segundo ele, isso demonstra que, apesar do tom grave adotado hoje na ONU, a presidente da República e seu governo deram, até aqui, nenhuma importância a essa questão.