
O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, presta depoimento na CPI da Petrobrás, na Câmara dos Deputado.
Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados
Brasília (DF) – Condenado por envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras, investigado pela Operação Lava Jato, o ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto tem a regalia de ter o seu advogado de defesa pago pelo próprio partido. O que nem todo mundo sabe é que o dinheiro que paga pelos serviços vem do contribuinte brasileiro.
As informações são de reportagem publicada nesta quarta-feira (23/12) pelo portal O Antagonista. O texto informa que, em depoimento à Polícia Federal, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou que o partido banca a defesa judicial de Vaccari Neto, apesar dele ter sido destituído da Secretaria de Finanças da legenda.
Acontece que, no mesmo depoimento, Falcão disse que o PT tem hoje três fontes de renda: a contribuição dos filiados, campanhas de doações e recursos do Fundo Partidário, – R$ 180 milhões – que é dinheiro da União, ou seja, do contribuinte brasileiro.
O presidente do PT justificou que o ex-tesoureiro não teria recebido vantagens indevidas em nome do partido, e que o PT arca com a defesa de Vaccari porque ele continua a ser filiado. Ainda assim, quando perguntado se todos os membros do partido têm direito à defesa paga pela legenda, Falcão disse que não.
“Têm direito ao custeio de suas defesas os ex-dirigentes no exercício de suas atividades partidárias e em decorrência de funções delegadas pelo partido”, afirmou. Segundo Rui Falcão, a decisão de custear as despesas do condenado na Lava Jato foi do Diretório Nacional, e Vaccari não foi expulso do partido porque “não houve transgressão estatutária, visto que a juízo do Partido não há prova” do envolvimento de Vaccari no esquema de corrupção.
João Vaccari Neto foi condenado em primeira instância pelo juiz Sérgio Moro a 15 anos e quatro meses de prisão, pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa.