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Bovespa recua sete anos e tem o pior resultado entre as bolsas de valores internacionais

31 de dezembro de 2015
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economia-bovespa-foto-fabio-pozzebom-abr-300x204A crise política do governo Dilma, os desdobramentos da operação Lava Jato, a recessão econômica e a perda do grau de investimento levaram a Bovespa recuar sete anos em pontuação (43.395) e ficar entre os piores desempenhos das bolsas de valores internacionais. O Ibovespa, principal índice da BM&F Bovespa, amargou, pelo terceiro ano consecutivo, mais uma queda e chegou a 13,31%. De 2012 para cá, o prejuízo acumulado é de 29%.

De acordo com matéria do jornal O Estado de S.Paulo desta quinta-feira (31), o Brasil ficou com a pior rentabilidade na lista de 12 índices de bolsas internacionais. “O melhor desempenho foi o índice Merval, da Argentina, que sofreu o impacto da desvalorização cambial no país. Em seguida aparece, o FTSE Mib, da Itália, com alta de 12,66% e o Dax, da Alemanha, de 9,56%”.

A queda da Bovespa em 2015 refletiu o desempenho negativo de duas das principais empresas brasileiras: Petrobras e Vale. Conforme o Estadão, os papéis da petroleira, que vive uma de suas piores crises com a Operação Lava Jato e a perda de capacidade de investimento, caíram 32,73% (PN) e 10,32% (ON). Já no caso da mineradora, que também enfrenta uma crise com o acidente em Mariana (MG) e a queda no preço das commodities, o prejuízo foi ainda pior: caíram 37,63% (ON) e 43,56% (PNA) no ano.

“As perdas respingaram nas contas dos trabalhadores que tinham recursos do FGTS aplicados em ações das duas empresas. Segundo dados da Caixa, até o dia 29, os fundos da Petrobrás registravam queda de até 12% e os da Vale, de 40%. Em 2014, esses fundos já tiveram prejuízos de cerca de 38% e 35%, respectivamente”.

Para Fabio Colombo, administrador de investimentos ouvido pelo Estadão, o balanço de 2015 reflete tanto o cenário desfavorável do mercado internacional, com queda no preço das commodities, quanto com a turbulência interna. “A recessão econômica e a inflação acima do esperado, o desajuste das contas fiscais, a Lava Jato, a falta de apoio parlamentar para aprovar as medidas de ajuste fiscal e o rebaixamento das notas de crédito do Brasil atrapalharam demais os investimentos.”

Já para Silvio Campos Neto, economista da Tendências Consultoria Integrada também ouvido pelo jornal, 2016 começa com viés negativo e sem perspectiva de reversão. Segundo ele, além da baixa probabilidade de retomada econômica, o mercado externo não deve contribuir muito com o desempenho da Bovespa, já que a expectativa é que as commodities continuem em baixa, afetando os papéis das exportadoras, e a alta dos juros americanos também deve afetar o fluxo de recursos estrangeiros para o país. O economista afirma ainda que não estão descartados novos rebaixamentos da nota de risco do Brasil em 2016, que poderia cair mais dois graus.

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