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Chefe da Casa Civil do governador mineiro, o petista Fernando Pimentel, está na mira da PF

1 de dezembro de 2015
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pimentel-300x201A Operação Acrônimo Da Polícia Federal (PF) constatou que o braço direito do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, o atual chefe da Casa Civil mineira, Marco Antônio de Rezende Teixeira, recebeu em 2013 e 2014 cerca de R$ 1,7 milhão do escritório de advocacia mineiro Botelho Spagnol. As autoridades suspeitam que ele não tenha prestado os serviços e que a maior parte dos pagamentos foram realizados em ano de eleição à sua empresa: a MOP Consultoria e Assessoria Empresarial.

A PF acredita que o governador de Minas Gerais tenha usado a MOP para receber recursos suspeitos. Durante busca e apreensão no escritório político de Pimentel, em junho deste ano, a polícia apreendeu notas fiscais da MOP que passou a ser investigada, de acordo com matéria publicada nesta terça-feira (1) no jornal O Globo.

Marco Teixeira abriu a empresa depois de deixar a prefeitura de Belo Horizonte, onde era procurador-geral do município. Em 2014, ele atuou como coordenador da campanha de Pimentel em Minas e da equipe de transição do governo, depois da eleição. Ele alega ter prestado serviços jurídicos em parceria com o escritório. Ele não quis detalhar a natureza da parceria, para não “expor os clientes”.

Outras empresas também estão sendo alvo dos investigadores da Operação Acrônimo. As autoridades apuraram que várias empresas realizaram pagamentos ao escritório Botelho Spagnol em períodos próximos aos pagamentos para a MOP. Entre elas estão a matriz e subsidiárias do Grupo Fiat e da Usiminas, a seguradora Zurich Minas Brasil, a rede de drogarias Araújo e o Banco Mercantil.

O dono do escritório, Werther Botelho Spagnol, preferiu não falar sobre a parceria com Teixeira. Procurados, os sócios de Werther também preferiram não se manifestar. Fiat, Usiminas, Zurich e Araújo negaram ter contratado os serviços de Marco Antônio Teixeira por meio do Botelho Spagnol. O Mercantil preferiu não se manifestar. Ainda assim, segundo as investigações, o banco pagou aproximadamente meio milhão de reais ao escritório no período, valor bem abaixo do total repassado pelo Botelho Spagnol à empresa de Teixeira.

A MOP também recebeu pagamentos em 2013 e 2014 de entidades patronais mineiras. A PF suspeita que os pagamentos teriam Pimentel como destinatário final: foram pelo menos R$ 150 mil do Sindicato das Indústrias Extrativistas de Minas Gerais (Sindiextra) e mais de R$ 500 mil do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH). O Setra-BH funciona no mesmo endereço do Sindicato de Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano (Sintram).

Marco Teixeira alega que a PF encontrou documentos de sua empresa pessoal no escritório político de Pimentel devido ao fato de ter trabalhado no espaço até o fim do ano passado, como um dos coordenadores de campanha petista. Ele é réu, ao lado do governador de Minas, em ação penal por crime de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro em 2004, na época em ambos trabalham na prefeitura de Belo Horizonte. Em investigações, o Ministério Público identificou irregularidades no processo de implantação do programa Olho Vivo, que levou à instalação de câmeras de vigilância nas ruas da capital mineira. O contrato, sem licitação, teria resultado em um prejuízo de R$ 5 milhões, segundo denúncia do MP. Pimentel e Teixeira negam irregularidades no contrato.

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