As contas públicas seguem sofrendo com a péssima gestão da presidente Dilma Rousseff. A má notícia da vez indica que a variação de preços ao consumidor avaliada por índices como o IPCA e o INPC, pela primeira vez em pelo menos 15 anos, fechará o ano com valor superior ao da variação implícita do Produto Interno Bruto (PIB), uma espécie de inflação do PIB, de acordo com matéria publicada pelo jornal Valor Econômico nesta segunda-feira (14/12).
Os reflexos destes números negativos devem atingir despesas importantes do governo indexadas pelo INPC, tais como Previdência e salário mínimo, que vão crescer acima das receitas, medidas de acordo com a inflação do PIB.
Cálculos de economistas ouvidos pelo Valor indicam que o quadro de 2015 mostra uma inversão do que vinha acontecendo nos últimos anos, quando o deflator do PIB ficava acima do IPCA. Na visão do economista Fernando Montero, da corretora Tullett Prebon, esta transformação do cenário se origina da queda dos termos de troca, ou seja, a queda dos preços de exportação em ritmo muito mais veloz que a dos preços de importação.
Para o ano que vem, com INPC chegando a 10,82% e PIB nominal subindo somente 5%, a situação deve se agravar ainda mais. “A menos que o governo consiga zerar todas as demais pressões nominais, seu gasto avançará o PIB no ano que vem”, alerta Montero. Ele ressalta que a absorção interna – soma do consumo das famílias, do governo e dos investimentos – desacelera em um ritmo ainda maior que o do PIB, fato que deve prejudicar ainda mais a geração de receitas pelo governo.
Em volume, na comparação entre o terceiro trimestre deste ano e o mesmo período do ano passado, houve retração de 4,5% no PIB e 7,4% na absorção. Tal descolamento entre os dois fatores nunca foi tão grande no Brasil.