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“Deixe crescer”, por Antonio Anastasia

29 de novembro de 2015
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antonio-anastasia-foto-agencia-senado-300x200Publicado no Jornal Hoje em Dia – 29 – 11 – 15 

Na última semana, li perplexo matéria da revista Veja que mostra como a burocracia prejudica o Brasil. A reportagem traça um panorama das chamadas ‘scale-up’ brasileiras, termo usado para designar as empresas que mais crescem e geram empregos. A constatação, baseada em um estudo da Endeavor, uma organização internacional que apoia e incentiva o empreendedorismo, é que os entraves governamentais são tamanhos, que muitas dessas empresas estão deixando o País.

São dificuldades de todo o tipo, tributárias, de demasiada exigência de documentação, de falta de segurança jurídica…. Empresas não encontram no Brasil ambiente propício para crescer. Entraves, entendamos, que não são apenas de impostos excessivos – o que naturalmente é uma das causas do grande número de fechamentos de empresas (e postos de trabalho) –, mas, principalmente, de demasiada burocracia.

Já falamos sobre o assunto neste espaço. Mas, repito, não houve no país nenhum avanço nesse sentido. Se o Governo pretende tirar o Brasil desse emaranhado de notícias negativas, é preciso enfrentar de peito aberto e com responsabilidade a questão. Entendo que a burocracia não é nem de longe o único ou principal motivo de nossos problemas. Alerto, no entanto, que, sem enfrentá-la, perdemos a oportunidade de criar um clico virtuoso de negócios e empregos.

“Mas, senador, é muito difícil… será possível modificar isso no Brasil?”, perguntam-me. Difícil é, mas é completamente possível. A própria matéria que mencionei traz o exemplo do que desenvolvemos em Minas Gerais nos últimos anos por meio do Minas Fácil. A média brasileira para se abrir uma empresa é de cerca de 4 meses segundo a notícia. Antes do Minas Fácil, no nosso Estado, esse prazo era de 45 dias. No final do nosso Governo, a média passou para 6 dias. “Se a realidade mineira fosse uma realidade brasileira, o Brasil estaria melhor”, destacou a revista. Tudo isso, no entanto, exige esforço, dedicação e vontade.

Quando falamos em incentivar o empreendedorismo, não estamos nos referindo a grandes conglomeramos internacionais ou a empresas bilionárias. É preciso deixar para trás, definitivamente, a visão ideológica atrasada contra o setor produtivo. As principais ‘scale-up’, que respondem por 60% dos novos empregos criados no Brasil, começam pequenas, por iniciativa de pessoas criativas e empreendedoras, gente como a gente, pessoas do nosso dia a dia.

Não podemos – em momento algum, muito menos em uma situação de crise como a que vivemos hoje – abrir mão dessas empresas, que agora estão encerrando suas atividades ou deixando o nosso País em busca de locais onde possam se desenvolver sem tantos entraves burocráticos. E, digo sempre, se o Governo não quer ou não pode ajudar, que ao menos não atrapalhe. Que deixe crescer quem quer fazer crescer o Brasil.

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