Brasília (DF) – O brasileiro começou o ano gastando mais com material escolar. A Associação Nacional de Livrarias (ANL) revelou, nesta quarta-feira (29), que o preço dos livros didáticos aumentou entre 8% e 10%, em 2014. No acumulado de dois anos, os gastos cresceram mais de R$ 1,4 bilhões.
A reportagem, publicada nesta quarta-feira (29), no jornal Folha de S. Paulo, mostra que, como o papel e equipamentos necessários para produção são importados, a desvalorização do real ante o dólar refletiu na alta dos livros escolares. A Associação Brasileira de Editores de Livros Escolares (Abrelivros) disse que, historicamente, o aumento costuma seguir a inflação.
Lamentável
Coordenadora Social de políticas nacionais do PSDB, a ex-deputada federal Rita Camata (ES), considerou a situação “lamentável”. Para ela, a inflação “está viva, saliente e o governo só demonstra leniência em relação ao processo inflacionário, prejudicando, como sempre, o bolso dos brasileiros”.
Em 2013, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o ano em 5,91% e os gastos com educação subiram 7,94%.
Camata disse, ainda, que o Brasil é um “país de fantasia” e, “apesar da grande maquiagem existente nos dados que o governo apresenta, os números verdadeiros sempre aparecem e mostram uma realidade perniciosa e alarmante para todos”.
Desconto
A ANL divulgou também que as editoras oferecem entre 75% e 80% de desconto para o governo, enquanto o abatimento máximo para as livrarias é de 30%. A reportagem da Folha apurou que esse desconto faz com que as editoras coloquem uma “gordura” no preço final, pago pelo consumidor.
“Nós estamos pagando o preço de um governo perverso que insiste em ignorar as demandas da população”, destacou a ex-deputada. “O descaso com a educação é gravíssimo e agride a todos que custeiam o estudo de seus filhos”, afirmou Camata.