O mercado financeiro reagiu com desconfiança a posse do novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa e a continuidade da política econômica adotada pelo governo Dilma que levou o país à recessão. Mesmo após uma teleconferência em seu primeiro dia no posto com investidores, na qual afirmou seu compromisso com o ajuste fiscal e a reforma da Previdência, o dólar – que iniciou o dia estável – subiu mais após suas declarações e fechou a R$ 4,024. Com uma alta de 1,89%, registrou-se a maior cotação desde 29 de setembro. Já a Bolsa de Valores recuou ao menor nível desde abril de 2009 e chegou a 1,62%.
De acordo com matéria publicada no jornal O Globo desta terça-feira (22), Barbosa buscou, sem sucesso, “acalmar o ânimo do mercado com uma teleconferência com investidores organizada pelo J. P. Morgan e pelo Ministério da Fazenda”. O pessimismo se deve pelo fato do ministro ser conhecido pelo mercado financeiro como defensor da chamada “nova matriz econômica” aplicada durante o primeiro mandato da petista.
Segundo o jornal, o compromisso do governo Dilma de alcançar a meta fiscal de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016 e a reforma da previdência não reduziu a desconfiança de analistas. Para muitos, isso não foi suficiente para dirimir as dúvidas, já que faltou detalhar o corte de gastos do Executivo.
Real
O real foi a moeda que mais perdeu valor frente ao dólar numa lista de 32 principais divisas do mundo nesta segunda-feira (21). A turbulência no mercado financeiro com a troca de comando no Ministério da Fazenda contribuiu para consolidar o papel do real como moeda que mais se desvalorizou nos últimos 12 meses, período em que acumulou queda de 33,76%.
Além disso, das 63 ações que compõem o Ibovespa, 44 fecharam em baixa, com destaque para Petrobras. Conforme matéria do jornal O Globo, os papéis com direito a voto da estatal foram afetados não só pelo cenário econômico mas também pela queda do preço do petróleo e recuaram 4,04%, chegando a R$ 8,31. As ações de bancos também tiveram desvalorização, como, por exemplo, os papéis do Banco do Brasil que foi a R$ 14,91 – uma queda de 6,52%.