Brasília (DF) – Após as agências de classificação de risco Standard & Poor’s e Fitch rebaixarem a nota brasileira, chegou a vez da Moody’s ameaçar cortar a classificação da dívida do país para o grau especulativo. Em entrevista à Reuters, o analista-chefe para títulos soberanos da Moody’s, Alastair Wilson, afirmou que o cenário econômico brasileiro é uma “tempestade perfeita”.
“É brusca a velocidade com que as projeções de crescimento para o Brasil pioraram… e também os problemas políticos que não foram resolvidos. Há quase uma tempestade perfeita”, disse Wilson. As informações são de reportagem publicada nesta terça-feira (22/12) pelo jornal O Estado de S. Paulo.
No começo desse mês, a Moody’s já tinha advertido que estava considerando retirar do Brasil o selo de bom pagador. A agência argumentou que o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff aumentava ainda mais as incertezas políticas.
A mensagem foi reforçada na última sexta-feira (18/12), após a nomeação de Nelson Barbosa para o Ministério da Fazenda, em substituição a Joaquim Levy.
“Neste caso, estamos avaliando um rebaixamento de um degrau, e não de vários. A questão é, se rebaixarmos, qual será a nova perspectiva, porque ela precisaria refletir se acreditamos que a posição é estável ou se pode piorar”, acrescentou o analista-chefe da Moody’s.
Atualmente, a agência de classificação de risco coloca o Brasil no patamar Baa3, o último degrau dentre as opções de grau de investimento.
