Brasília (DF) – O Tesouro Nacional divulgou dados que indicam que em 2013 as despesas públicas atingiram R$ 914 bilhões, uma alta de 7,3% acima da inflação sobre o total de 2012, valor equivalente a 19% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto o peso dos investimentos federais caiu de 1,4%, em 2012, para 1,3%.
O senador Cyro Miranda (PSDB-GO) ressaltou que a preocupação de quem acompanha o processo em curso é com a “celeridade” que os números avançam. “Toda semana assistimos algo novo”, afirmou ele.
“O governo incha a folha de pagamento de pessoal, aumentando gastos, faz desdobramentos
dos ministérios e desapropria o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social]”, acrescentou.
Os dados do Tesouro Nacional estão publicados na edição desta sexta-feira (31) da Folha de S. Paulo. Segundo a reportagem, os gastos do governo federal atingiram um recorde histórico no ano passado, mas os investimentos, anunciados como prioridade da administração de Dilma Rousseff, ficaram estagnados.
Maquiagem
Os investimentos em obras de infraestrutura e aquisição de equipamentos destinados a elevar a oferta nacional de bens e serviços– cresceram apenas 0,5% na mesma base de comparação e ficaram em R$ 63,2 bilhões.
Para o tucano, o governo vai tentar “maquiar” os números ao longo do ano. “O que se mostra pelo governo é um marketing, mas a realidade é outra. Em ano eleitoral, vamos ver o que será feito”, disse Miranda.
A escalada dos gastos foi puxada pelos programas sociais, especialmente os de transferência direta de renda às famílias. Em boa parte, a expansão decorreu mais de falta de controle do que da vontade do Poder Executivo.
As receitas do ano superaram em R$ 77,1 bilhões os gastos com pessoal, custeio administrativo, programas sociais e investimentos. Pela metodologia do BC, foram R$ 75,1 bilhões.
A meta de R$ 73 bilhões fixada em julho para a poupança do governo federal no ano foi cumprida, graças a uma arrecadação extra de última hora e ao adiamento de desembolsos no final do ano.
Perspectivas
Segundo a Folha, ao divulgar os números, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, evitou se comprometer com metas para este ano –existe no mercado a expectativa de um aperto maior nas contas, em razão da crescente desconfiança global em relação à solidez das economias emergentes.