Brasília (DF) – A compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pela Petrobras, em 2006, poderia ‘honrar compromissos políticos’ do então presidente da estatal José Sérgio Gabrielli. A informações foram dadas à força-tarefa do Ministério Público Federal pelo novo delator da Operação Lava-Jato, o engenheiro Agosthilde Mônaco de Carvalho.
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo desta segunda-feira (16), Mônaco relatou que o ex-diretor da área internacional da companhia, Nestor Cerveró, disse que “o negócio atenderia ao interesse de Gabrielli em realizar a Renovação do Parque de Refino (Revamp) e ao interesse da área internacional em adquirir a Refinaria”.
Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), a compra da refinaria causou um prejuízo de US$ 792 milhões. A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira (16) a nova fase da Lava-Jato, a Operação Corrosão, que tem como objetivo investigar a corrupção em Pasadena.
O delator afirmou que antes mesmo do fechamento do contrato de compra da refinaria, “o presidente Gabrielli já havia indicado a Construtora Norberto Odebrecht para realizar o Revamp para 200.000 barris/dia”.
“O diretor Nestor, em tom de desabafo, disse ao depoente que o presidente Gabrielli estava muito interessado em resolver o assunto e dar a obra do Revamp para a Odebrecht”, relatou.
Péssimas condições
Carvalho afirmou que, em 2005, uma comissão visitou Pasadena para avaliação. Segundo ele, todos os membros da comissão observaram que a refinaria encontrava-se em péssimas condições de conservação.
Ajnda de acordo com a reportagem, ao retornar ao Brasil e alertar sobre as más condições, Cerveró respondeu a Carvalho: “não se meta, Mônaco, isso é coisa da Presidência”.
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