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“Se ele for agradar ao PT, vai ser um grande fracasso”, diz Mansueto Almeida sobre novo ministro da Fazenda

21 de dezembro de 2015
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Mansueto-Almeida-Foto-George-Gianni-PSDB--300x199Brasília (DF) – O economista e técnico de Planejamento e Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), Mansueto Almeida, afirmou, em entrevista ao jornal Valor Econômico desta segunda-feira (21), que a troca no Ministério da Fazenda “não foi surpresa”, mas a nomeação de Nelson Barbosa sim. Segundo ele, a intimidade com o governo não deve dar alívio a Barbosa.

Na avaliação do especialista em contas públicas, se Barbosa resolver agradar ao PT, será um “grande fracasso”. “O que assusta é que o partido espera uma agenda diferente, de aumentar investimento e continuar subsídio. Se ele for agradar o PT, vai ser um grande fracasso porque a agenda do PT não combina com a agenda de ajuste estrutural que a economia precisa. Do contrário, Barbosa será uma grande decepção para o PT. O que vai sair daí é uma incógnita”, destacou.

Segundo Mansueto, é preciso “dar sinais concretos de melhora” para que haja algum avanço.“Se não se consegue fazer ajuste fiscal no curto prazo, como o governo gostaria, é preciso dar sinais concretos de melhora das regras de longo prazo, modificando a dinâmica na despesa, que é algo que o Barbosa já disse que quer. Só que é tudo difícil. Levy tentava e não teve apoio do PT”, disse.

O economista afirmou que esse apoio do governo não necessariamente significará um avanço. “Eu não tenho essa leitura. Vai depender muito da ala política do governo o que o Barbosa vai fazer. No governo, ele era um formulador que dava ideias à presidente, mas seguia ordens. O melhor exemplo é a posse dele no Planejamento, em que criticou a regra de salário mínimo, a presidente se mostrou contrariada e no dia seguinte ele voltou atrás”, lembrou.

Dificuldade

Mansueto relatou ainda que o novo ministro deverá ter “dificuldade” para fazer o país avançar. De acordo com ele, a correção deveria começar não necessariamente com medidas drásticas de curto prazo, mas com algum sinal de que o governo tem base política para aprovar no Congresso um conjunto de reformas estruturais.

“Mas tudo é incerto. O governo tem pouco mais de 130 votos na Câmara e com isso não aprova emenda constitucional. E tem a batalha do impeachment, em que a presidente vai querer agradar a partidos para barrar o processo. Não tenho nada contra o Barbosa, ele é uma pessoa séria, mas a dificuldade que vai ter vai ser igual ou maior de que Levy teve. O aparente namoro com o PT é baseado na expectativa de ele assine embaixo da agenda da Fundação Perseu Abramo. Não acredito que o fará, mas se o fizer caminhamos para uma crise de proporções inimagináveis”, concluiu.

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