Brasília – A Comissão de Ética Pública da Presidência arquivou, por unanimidade, o processo de apuração da conduta do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, sobre as denúncias de cartel no metrô de São Paulo. A informação foi divulgada pelo presidente do órgão, Américo Lacombe (foto). A representação do PSDB foi arquivada pois o presidente da Comissão concluiu que “não cabe investigação sobre isso”.
Na representação, o PSDB pede a apuração do comportamento do ministro suspeito de usar politicamente as investigações sobre desvios no metrô de São Paulo para desviar as atenções do público e da imprensa sobre as prisões dos envolvidos no escândalo do mensalão.
Os dados são da reportagem, publicada nesta quinta-feira (30), no jornal Folha de S. Paulo.
O deputado federal Rodrigo de Castro (PSDB-MG) lamentou a decisão e disse ser “falta de vontade do ministro de apurar os fatos”. Para ele, a notícia é um “descaso completo” com a população.
“Mais uma vez, o governo do PT procura esconder as falhas de seus ministros. Recentemente, tivemos episódios em que condutas inadequadas de parlamentares petistas foram relevadas, e agora, infelizmente, acontece de novo”, reiterou o deputado.
Ironia
Em 2012, Américo Lacombe foi nomeado por Dilma para a Comissão de Ética. Em resposta ao arquivamento da representação do líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio, sobre a viagem de Dilma a Lisboa, Lacombe foi irônico: “Se o deputado quiser, que vá se queixar com o líder do partido dele”.
Em reportagem publicada na quarta-feira (29), no jornal Correio Braziliense, Lacombe ainda lembrou que: “Isso não é problema dessa comissão e nem do contribuinte”. Ao ser questionado sobre o tema, Sampaio afirmou que estava com a “consciência tranquila” por ter cumprido o “papel de defender o dinheiro público”.
