
No local, rios, lagoas, cachoeiras, corredeiras e “fervedouros” são riquezas que contrastam com as dunas de areias douradas.
Diversidade e fragilidade que se transformam no maior desafio para a gestão do PEJ por parte do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins). “Uma das estratégias é contribuir para o desenvolvimento regional sustentável, aproveitar a mão de obra local, fazer com que as famílias utilizem, preservem e gerem renda utilizando as potencialidades do cerrado”, pontuou Rejane Ferreira Nunes, chefe do PEJ.
Localização
A microrregião do Jalapão está localizada na porção leste do Estado do Tocantins, fazendo divisa com o Maranhão, Piauí e Bahia. Ocupa uma área de 53,3 mil km², sendo que 34,1 mil km² estão nos municípios de Barra de Ouro, Campos Lindos, Centenário, Goiatins, Itacajá, Itapiratins, Lagoa do Tocantins, Lizarda, Mateiros, Novo Acordo, Ponte Alta do Tocantins, Recursolândia, Rio Sono, Santa Tereza do Tocantins e São Félix do Tocantins.
O PEJ está inserido na área nuclear da região do Jalapão, representando mais de 158 mil hectares. Mesmo com toda dimensão, a área total do Parque se concentra em apenas um município tocantinense, Mateiros, sendo que seus limites atingem os marcos divisórios com os municípios de Ponte Alta do Tocantins, São Felix do Tocantins e Novo Acordo.
Ecologia e biodiversidade
O Parque Estadual do Jalapão representa um importante patrimônio ecológico nacional, uma vez que é atravessado por diversas sub-bacias que disponibilizam uma expressiva oferta de recursos hídricos para o rio Tocantins. A bacia do rio do Sono, incluindo as sub-bacias do rio Perdida, das Balsas e do rio Manuel Alves da Natividade, distribuem-se territorialmente pela porção leste do Estado.
Estudos mostram que a microrregião do Jalapão apresenta grande importância biológica, principalmente pela biodiversidade e presença de espécies raras, umas em processo de extinção. Além disso, a região apresenta parcelas de cerrado preservado e um grande número de mananciais de grande importância para as principais bacias hidrográficas das Regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste.
A área do PEJ se apresenta como um grande mosaico de várias das fitofisionomias que caracterizam o Cerrado brasileiro. Dentre as espécies vegetais, encontram-se, por exemplo, o Gonçalo-Alves, Aroeira, Babaçú, Jacarandá e Maçaranduba. Em relação à fauna, estão o Lobo-guará, a Onça-pintada, a Suçuarana, a Jaguatirica, o Tatu-Canastra Tamanduá–Bandeira a Sussuapara ou Cervo-do-pantanal, a Inhambu-carapé, a Maria-corruíra, a Arara-azul-grande, dentre outras espécies.
Turismo
Rita de Cássia é coordenadora administrativa de uma agência de turismo que faz a rota ao Jalapão há quatro anos. Boa parte dos turistas que utilizam este serviço vem de estados da região Sudeste, como São Paulo e Rio de Janeiro. O mês de julho é o período em que há o maior fluxo, uma média de 30 pessoas por semana.
“As pessoas vão em grupos, às vezes grupos que se conhecem ou não, e a gente une aqui na empresa. O Jalapão tem a peculiaridade de ter os atrativos muito distantes um dos outros, em média 80 km a 90 km, por isso não trabalhamos com apenas uma pousada, não ficando em uma cidade apenas”, explicou. Para quem optar por esta forma com todas as despesas inclusas, terá de desembolsar, de acordo com o tempo escolhido, que pode variar de seis a três dias, de R$ 1.250,00 a R$ 2.175,00.
No entanto, existem outras alternativas mais econômicas para conhecer as paisagens cênicas do “Deserto do Jalapão”. Assim o fez o estudante de Engenharia, Gean Gomes Tavares em 2011. Ele e mais três amigos foram de caminhonete, dividiram as despesas, levaram combustível e alimentação. “Foram dias relaxantes depois de anos sem férias. Apesar de ter as cachoeiras que são lindas, as chapadas e morros são cenas que jamais me esquecerei. Me deixou saudades estar no meio daquele cenário cativante que agrada a todos que passeiam por lá”, relatou.
Como chegar
A partir de Palmas, o acesso terrestre ao Parque Estadual do Jalapão pode ser feito de duas maneiras. Pelo Norte, o acesso é pelas rodovias TO-020, trecho Palmas-Novo Acordo (106 km), TO-030, trecho Novo Acordo-São Félix do Tocantins (119 km), seguindo depois pela rodovia TO-110 entre São Félix do Tocantins e Mateiros (80 km). Pelo Sul, o caminho entre Palmas e o Parque percorre trechos de rodovias pavimentadas como a TO-070 até Porto Nacional (60 km), que dá acesso à rodovia parcialmente pavimentada TO-255 e passa por Ponte Alta do Tocantins (104 km de asfalto) até atingir o município de Mateiros (160 km de terra).
(Fonte: Sistema de Gestão das Unidades de Conservação do Tocantins www.gesto.to.gov.br)
Foto: Márcio di Pietro