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Retração do PIB pode chegar a 2% em 2015, diz reportagem da Folha

slide-bolsaBrasília – A queda da economia nacional em 2015 pode ser ainda pior do que o esperado pelo mercado. Reportagem da Folha de S. Paulo publicada nesta quinta-feira (16) aponta que o governo federal já trabalha com um PIB de -2% para o ano, tombo superior ao de -1,5% divulgado oficialmente pelo Planalto. Entre os fatos que levaram à aceleração do pessimismo está o temor de que a operação Lava Jato, que investiga corrupção na Petrobras, trave a economia.

O deputado federal Nilson Pinto (PSDB-PA) avalia que o cenário ruim tem como essência a falta de credibilidade da gestão de Dilma Rousseff. “Não há economista que possa fazer milagre diante de um governo em que ninguém acredita”, diz o tucano.

O parlamentar cita como exemplos de ações que diminuem a credibilidade do governo o descompasso entre o panorama descrito pelos petistas durante a campanha do passado e a realidade que se apresentou assim que o processo eleitoral foi concluído.

“Dilma não consumou suas promessas de campanha e não foi capaz de corrigir problemas que nós da oposição já anunciávamos há muito tempo. O resultado é que o país segue ladeira abaixo, e não há como não acentuar o pessimismo”, destaca.

Pinto discorda da avaliação de que a Lava Jato seria ‘culpada’ pelo mau desempenho econômico. “A Lava Jato não tem culpa alguma. A culpa é toda da corrupção praticada pelo governo. Ao contrário: a Lava Jato está passando a situação a limpo. A operação é positiva; negativo é esse governo”, ressalta.

O deputado acrescenta que não vê, no curto prazo, perspectivas de melhora para a economia nacional. “A economia só melhora se o governo melhora. Ou seja, com o cenário em que estamos, falar em melhoria é um otimismo exagerado”, diz.

Comércio
Pinto comentou ainda os números do comércio brasileiro. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelaram que as vendas no setor recuaram 0,9% na comparação entre março e abril, a maior retração para o período desde 2001. A gerente do IBGE Juliana Vasconcellos elenca que a restrição orçamentária e seu impacto no consumo familiar é um dos componentes que levou ao resultado negativo.

“É uma situação que, infelizmente, é previsível. Hoje, no Brasil, o poder de compra dos cidadãos está sendo corroído pela inflação. Vivemos em um contexto de perda de investimentos, queda na geração de empregos e aumento gradativo do desemprego. Seria bom pensarmos em perspectivas positivas, mas acredito que a situação no segundo semestre será ainda pior”, declarou.

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