Brasília (DF) – O lobista Milton Pascowitch afirmou à Justiça, em sua delação premiada, que entregou ao menos R$ 10,5 milhões em dinheiro vivo na sede do PT, em São Paulo. O delator da Operação Lava-Jato disse que levou o dinheiro entre 2009 e 2011 para pagar propina referente a um contrato que a construtora Engevix assinou com a Petrobras. As informações são do jornal O Globo desta terça-feira (4).
Em depoimento à Justiça, o delator comentou o contrato da Engevix com a Petrobras para construir cascos de oito plataformas de perfuração do pré-sal no estaleiro Rio Grande, no Rio Grande do Sul. Um dos donos da empreiteira, Gerson Almada, já havia afirmado que o negócio tinha girado cerca de US$ 2,4 bilhões e que Pascowitch teria ficado com US$ 120 milhões para pagar propinas.
De acordo com a reportagem, outros R$ 532 mil foram levados pelo delator à sede do partido como parte de um contrato da empreiteira com o governo federal para obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.
Pascowitch declarou que levou ainda mais dinheiro para pagar propinas ao ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, preso pela Lava-Jato. Segundo ele, também iriam para o PT parte dos R$ 10,7 milhões pagos ao operador pela empresa de informática Consist, beneficiada no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.