Brasília (DF) – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki enviou para o juiz Sérgio Moro, que julga os esquemas de corrupção da Operação Lava-Jato, trechos da delação premiada em que o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, acusa o empresário José Carlos Bumlai de pedir propina de R$ 2 milhões em nome de uma das noras do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
As informações são de reportagem desta terça-feira (20/10) do jornal O Globo. A partir de agora, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal em Curitiba irão investigar as acusações do lobista. Segundo a publicação, Bumlai era, até recentemente, um dos mais ricos pecuaristas do país e tinha acesso livre ao Palácio do Planalto no período em Lula, de quem era amigo, foi presidente.
Tráfico de influência
Em depoimento prestado à Procuradoria-Geral da República (PGR), Fernando Baiano disse que pagou uma comissão de R$ 2 milhões para Bumlai ajudar na intermediação de um contrato entre a OSX, do empresário Eike Batista, a Sete Brasil e a Petrobras. Segundo ele, Bumlai teria dito que precisava do dinheiro para pagar despesas com um imóvel de uma das noras do ex-presidente.
De acordo com a edição de quinta-feira (15/10) do “Jornal Nacional”, da Rede Globo, Baiano afirmou que Lula teria se reunido três vezes com o presidente da Sete Brasil, durante as negociações com a OSX. Um dia após vir à tona o depoimento do lobista, Lula sugeriu a colaboradores que Bumlai teria se aproveitado da amizade dele para obter vantagens financeiras.
Para o deputado federal Miguel Haddad (PSDB-SP), o ex-presidente Lula deveria vir a público para esclarecer as denúncias que envolvem ele e sua família. “O que nós temos visto até agora são só argumentos sem muita fundamentação, quando os dados apontam a participação do Lula e de toda sua família nesse processo, nesses benefícios, nessas intermediações”, comentou.