Brasília (DF) – Em entrevista à revista Veja publicada nesta sexta-feira (23/10), o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso avaliou que o Brasil não está perto do fim da crise, que ainda vai se agravar. Para ele, as chances de recuperação da presidente Dilma Rousseff são ínfimas. “Não vou dizer que não há possibilidade, mas que a probabilidade de recuperação é baixa, isso é”, afirmou.
O tucano considerou que o atual governo perdeu o rumo e o apoio da opinião pública, e agora “fica rodando em falso”. “Os governos não podem deixar de produzir resultados. Por que estamos no meio da crise? Porque nosso governo está deixando de produzir resultados”, disse.
Para o ex-presidente da República, a atual recessão e crise econômica ainda podem se agravar. “Boa parte das pessoas que têm posição institucional importante está sob ameaça da Lava-Jato. E, para sair de uma situação intrincada como essa, vai ter de haver uma orquestração”, salientou.
Fernando Henrique defendeu a cassação da chapa de Dilma, por ter recebido dinheiro do Petrolão durante a campanha eleitoral, e o voto favorável ao impeachment, quando a questão for analisada pelo plenário da Câmara dos Deputados. Sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, FHC destacou que o petista está “enterrando a própria história” ao continuar a fazer “escolhas erradas” de forma persistente.
Memórias
Na semana em que lança as suas memórias políticas, Fernando Henrique Cardoso afirmou que não teme o julgamento da História, tampouco a repercussão de seus diários presidenciais. “Quem entra para a vida política tem de ter muita firmeza interior. Quando você entra para a política, você é responsável pelos seus atos. Fiz com boa intenção, não roubei, não censurei, não protegi, não persegui”, completou o ex-presidente.
Leia a íntegra da entrevista AQUI.