Brasília (DF) – O líder opositor venezuelano Leopoldo López, condenado a 13 anos e nove meses de prisão por ter incitado a violência durante uma onda de protestos contra o governo de Nicolás Maduro, em 2014, pode ter sido preso com base em provas falsas. A denúncia foi feita em um vídeo divulgado na noite de sexta-feira por um portal de notícias da oposição. Nele, o promotor Franklin Nieves acusa o governo de Maduro de pressioná-lo para prender López.
As informações são de reportagem deste sábado (24/10) do jornal O Globo. De acordo com a publicação, um dos funcionários do governo teria apresentado a acusação contra o líder oposicionista. No vídeo, o promotor Nieves conta que abandonou o país para fugir das pressões do governo para que justificasse a decisão de uma juíza no processo de apelação de López.
“Decidi sair com minha família da Venezuela em virtude da pressão que estava exercendo o Executivo Nacional e meus superiores hierárquicos para que continuasse a defender as provas falsas com as quais se havia condenado o cidadão Leopoldo López. Não conseguia dormir sabendo que estava continuando uma farsa que violava os direitos de López”, afirmou na gravação.
Diversas organizações de direitos humanos defendem que Leopoldo López é um preso político, e questionam a transparência do julgamento. No Twitter, um dos advogados do opositor, Juan Carlos Gutiérrez, disse que a condenação deveria ser revogada. “Franklin Nieves, promotor do caso, evidencia mais uma vez a ilegalidade da sua condenação, é o resultado de uma fraude processual”, declarou.
A mãe de Leopoldo López, Antonieta Mendoza, também divulgou um vídeo onde destacou que a saída do promotor do país demonstra que o governo venezuelano coage os membros do poder judicial. “O juízo contra López foi a mão do regime querendo eliminar aqueles que o desmascaram”, completou.