Brasília (DF) – As investigações da Operação Lava-Jato esbarraram mais uma vez em personagens do governo da presidente Dilma Rousseff. A Polícia Federal apura agora se o ex-assessor especial da Casa Civil Charles Capella de Abreu teria recebido R$ 2 milhões do doleiro Alberto Youssef para abastecer a campanha da petista à presidência em 2010.
As informações são de reportagem desta terça-feira (10/11) do jornal O Estado de S. Paulo. De acordo com a publicação, o doleiro Youssef, que é peça central das investigações, afirmou em depoimento prestado à PF em outubro que teria feito um pagamento em dinheiro a um emissário, que ele não sabe dizer quem é. Os investigadores suspeitam que o homem seria Capella de Abreu, que foi funcionário da Assessoria Especial da Casa Civil e trabalhou nas duas campanhas eleitorais de Dilma.
Segundo Youssef, os R$ 2 milhões teriam sido entregues ao emissário a pedido do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
O nome “Charles” também aparece na delação premiada de Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. O operador do esquema de propinas afirmou em depoimento à PF que aproximou Paulo Roberto Costa do ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci, que era então coordenador da campanha de Dilma Rousseff, e acompanhou os dois em um encontro, em Brasília.
“No final da conversa, Antonio Palocci disse que havia uma pessoa que trabalhava com ele, possivelmente um assessor dele, que o estava ajudando nesta parte de arrecadação”, disse Baiano às autoridades. “Pelo que se recorda, o nome dessa pessoa era Charles”, completou o delator.