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Famílias de vítimas querem que Corte Internacional investigue governo Maduro por crimes contra a Humanidade

© Marcelo Garcia / Palacio de Miraflores / SiBCIBrasília (DF) – Cerca de um ano e meio após os violentos protestos que deixaram dezenas de mortos e centenas de feridos na Venezuela, parentes de vítimas e opositores ao governo de Nicolás Maduro apelaram ao Tribunal Penal Internacional (TPI) para que o presidente e altos funcionários da cúpula chavista sejam investigados por crimes contra a Humanidade.

As informações são de reportagem desta quinta-feira (12/11) do jornal O Globo. Segundo a publicação, o pedido foi feito pelo opositor Carlos Vecchio, coordenador do partido Vontade Popular, durante visita a Madri. “Estamos trabalhando a mais de um ano documentando casos, reunindo denúncias e consultando especialistas, porque queríamos apresentar uma denúncia consistente”, disse Vecchio ao O Globo.

“Estamos pedindo formalmente ao tribunal que seja feito um exame preliminar do documento. Temos provas contra altos funcionários do governo que cometeram crimes de lesa-Humanidade, como assassinato, tortura e perseguição. Não podemos citar nomes, mas estão incluídos ministros, membros da Assembleia Nacional, funcionários do Judiciário e militares de alta patente. E claro, o próprio Maduro”, destacou.

O documento entregue ao TPI tem quase 200 páginas e apresenta um saldo alarmante das manifestações na Venezuela: teriam sido mais de 30 supostos homicídios e 800 feridos, 3.700 detenções consideradas ilegais e cerca de 400 casos de tortura, além de 2.000 julgamentos contra manifestantes pacíficos desde fevereiro de 2014.

O governo Maduro, no entanto, culpa pelas mortes o líder opositor Leopoldo López. Ele cumpre pena de quase 14 anos de prisão por ter supostamente incitado a violência durante os protestos. Do mesmo partido de López, Carlos Vecchio também se diz vítima de perseguição política pelo governo venezuelano. O promotor Franklin Nieves, que cuidava do caso de López, deixou o país após sofrer pressões pela condenação do opositor.

Eleições livres

Nesta quarta (11/11), um grupo de 157 parlamentares do Brasil, EUA, Chile, Colômbia, Costa Rica e Peru assinaram um manifesto pedindo eleições “livres, transparentes e democráticas” na Venezuela. Entre eles estão o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, e o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).

O documento, que foi entregue à embaixada venezuelana em Washington (EUA), pede o presidente Nicolás Maduro autorize a participação de observadores internacionais da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da União Europeia, para dar credibilidade ao resultado das eleições.

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