Brasília (DF) – Surgem mais indícios de que o tríplex no edifício Solaris, no Guarujá (SP), era destinado à família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, suspeito de ocultação de patrimônio e lavagem de dinheiro desviado do esquema de corrupção na Petrobras. Em janeiro, o Instituto Lula admitiu pela primeira vez que Lula esteve no apartamento 164-A, com o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, alegando ser apenas uma visita de “uma unidade disponível para venda”. Mas segundo documento da própria construtora, não havia unidades sem proprietário no condomínio há mais de quatro anos.
De acordo com reportagem publicada neste domingo (06/03) pelo jornal O Globo, o Ministério Público Federal diz, em petição enviada em 2011 ao Conselho Superior do Ministério Público de São Paulo, que a OAS “expressamente” informou que todas as 112 unidades do edifício Solaris haviam sido vendidas. Ainda assim, no cartório de registro de imóveis o tríplex segue em nome da OAS, o que reforça a suspeita de ocultação de patrimônio.
Para o MPF, “o posicionamento de Lula para negar a propriedade do apartamento 164-A no condomínio Solaris, invocando inclusive suposta cota de Marisa Letícia no empreendimento, não corresponde à realidade”.
Vale lembrar que a opção entre desistir do imóvel, o que a defesa de Lula alega que foi feito, ou acatar novas condições contratuais da OAS só foi dada a todos os cooperados da Bancoop em 2009. A OAS moveu ações judiciais contra aqueles que não respeitaram os prazos.
A suspeita da força-tarefa da Lava Jato é que o tríplex e as reformas de R$ 1 milhão feitas nele pela OAS podem ter sido uma forma de pagamento de vantagem indevida a Lula pela construtora, que participava do cartel da Petrobras. Só entre 2007 e 2012, a OAS fechou mais de R$ 7 bilhões em contratos com a estatal.