Foi aprovado nesta quarta-feira (10), na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, presidida pela deputada federal Shéridan (PSDB/RR), requerimento de sua autoria que pede a realização de visitas a estados que não elegeram mulheres para a Câmara Federal na última eleição, em 2014.
Os estados de Mato Grosso, Alagoas, Paraíba, Sergipe e Espírito Santo não tiveram deputadas federais eleitas para a 55ª Legislatura.
Segundo a parlamentar, “é preciso entender melhor os motivos da ausência da representatividade feminina nessas regiões e estabelecer uma comissão para buscar o comprometimento dos Tribunais Regionais Eleitorais, da sociedade, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e dos partidos com a causa”.
A parlamentar ressaltou a importância de averiguar se as condicionalidades, as obrigações e as responsabilidades, sobretudo partidárias, estão sendo cumpridas para gerar a inclusão da mulher no legislativo.
“Precisamos ampliar a nossa representatividade, porque somos uma maioria silenciosa, que se esconde, muitas vezes, por falta de espaço, oportunidades e políticas institucionais”, alertou.
FRAUDE ELEITORAL
Para cumprir regra de 30% de candidaturas femininas, partidos registram mulheres que não recebem votos. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, nas eleições de 2016, 16.131 candidatos não tiveram nenhum voto. A cada dez, nove eram mulheres. Para o radar da Justiça Eleitoral, essa fraude de utilizar “mulheres-laranja” agrava essa baixa representatividade feminina na política brasileira. “É necessário ir in loco, junto aos tribunais regionais eleitorais, investigar essas denúncias e coibir este tipo de prática. Precisamos fazer valer que a representatividade das mulheres seja efetivamente real”, afirmou Shéridan.
AUDIÊNCIA- EMPODERAMENTO
Outro requerimento aprovado de autoria da deputada, pede a realização de audiência pública para debater o empoderamento econômico das mulheres.
Shéridan justificou que é uma ferramenta eficiente para tentar reduzir os efeitos do machismo e da violência contra as mulheres. Ainda de acordo com a deputada, “isso se dá porque muitas vezes a vítima de violência é financeiramente dependente do agressor, e a emancipação econômica é fundamental para retirarmos milhões de mulheres dessa vulnerabilidade”, disse.