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Tucano critica recusa de Lula para interrogatório em vídeo

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou nesta quarta-feira (26) ao juiz federal Sérgio Moro que não concorda com a realização de seu interrogatório por videoconferência. A sugestão havia sido feita na semana passada pelo magistrado a fim de evitar tumultos e reduzir gastos de recursos públicos para montar um novo esquema de segurança para proteção do ex-presidente. As informações são do jornal Folha de S. Paulo desta quinta (27).

De acordo com a reportagem, Moro afirmou que o interrogatório anterior de Lula em Curitiba, em maio, gerou “gastos necessários, mas indesejáveis de recursos públicos”. Foram R$ 110 mil em despesas com um esquema de segurança montado pela Polícia Militar do Paraná.
Para o deputado federal Domingos Sávio (PSDB-MG), a postura intransigente da defesa de Lula é “a cara do PT” e demonstra a falta de preocupação com o Brasil e com os valores éticos, morais e legais.

“A eles, interessa muito mais a anarquia do que a ordem. A videoconferência não tira nenhum direito daquele que está sendo acusado de se defender. Ele vai falar português claro e o juiz vai perguntar em português claro. Hoje, a tecnologia assegura que não haja o menor risco de que ele seja mal interpretado. É triste porque a gente já fica imaginando o que os petistas vão querer fazer: todo um circo armado, uma encenação”, lamentou.

O novo interrogatório do petista está marcado para o dia 13 de setembro, numa ação que investiga se ele se beneficiou de R$ 12 milhões em vantagens indevidas, na compra de um terreno que seria destinado ao Instituto Lula pela Odebrecht.

Na avaliação do tucano, o único objetivo da defesa do ex-presidente é desmoralizar o juiz Sérgio Moro e colocar a Justiça sob pressão.

“Um interrogatório não é algo que precisa de um circo armado, é algo objetivo. Mas eles não querem objetividade, não querem justiça. Eles querem pressionar a Justiça, fechar rodovias, criar constrangimento para o juiz Moro, fazendo um protesto na tentativa de, sob pressão, inocentarem um criminoso. E isso nós não podemos aceitar”, completou.

Os advogados de Lula, Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Martins, argumentaram que a lei assegura ao acusado o direito de ser interrogado presencialmente pelo juiz, e que a realização de videoconferência é “excepcional”. “Nenhuma alegação de ‘gastos desnecessários’ se mostra juridicamente válida para alterar a regra do interrogatório presencial estabelecida na lei”, afirmaram.

Segundo a reportagem, Moro agora deve definir se fará o interrogatório pessoalmente ou por videoconferência.

Esta é uma das cinco ações a que o ex-presidente responde na Justiça. Há duas semanas, ele foi condenado por Moro sob acusação de corrupção e lavagem de dinheiro, no caso do triplex do Guarujá (SP). As outras três ações correm na Justiça Federal em Brasília, resultados das operações Lava Jato, Zelotes e Janus.

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