O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), por meio de nota do Itamaraty, criticou duramente a prisão de dois dos principais opositores do governo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. O Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) venezuelano deteve, na madrugada desta terça-feira (1º), Leopoldo López e Antonio Ledezma, que estavam em regime de prisão domiciliar. Eles são acusados de planejar fugir do país.
Em nota, o Itamaraty repudiou a ação das autoridades da Venezuela e afirma que há um atentado às liberdades no país vizinho. Para o Ministério das Relações Exteriores, os dois líderes devem ser libertados imediatamente.
“A prisão de dois dos mais importantes opositores ao governo do presidente Nicolás Maduro é mais uma demonstração da falta de respeito às liberdades individuais e ao devido processo legal, pilares essenciais do regime democrático. O Brasil insta o governo venezuelano a libertar imediatamente López e Ledezma”, diz a nota.
Os dois líderes opositores fizeram apelos na última semana para que as pessoas não votassem no domingo (30) na polêmica eleição Assembleia Constituinte, convocada pelo governo Maduro e rejeitada pela oposição e por vários países.
Lopez, de 46 anos, e Ledezma, de 62, estavam sob prisão domiciliar, o primeiro por sua participação em protestos contra Maduro em 2014 e o segundo por acusações de planejar um golpe de Estado. De acordo com a organização não governamental Foro Penal , há 490 “presos políticos” na Venezuela.
A nota do Itamaraty é bastante incisiva: “O governo brasileiro repudia a recondução ao regime fechado de Leopoldo López e Antonio Ledezma, ocorrida um dia após a votação para a escolha de uma assembleia constituinte em franca violação da ordem constitucional venezuelana. O Brasil solidariza-se com o sofrimento dos familiares de Antonio Ledezma e Leopoldo López, em particular suas mulheres, Mitzi Capriles e Lilian Tintori”.
*Com informações do G1 e da France Press.