O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), e os chanceleres de Argentina, Paraguai e Uruguai decidiram, por unanimidade, suspender a Venezuela do Mercosul neste sábado (5), em reunião realizada em São Paulo. A sanção ocorre após diversas violações à democracia cometidas pelo governo de Nicolás Maduro – a última delas, a instalação da Assembleia Constituinte que dissolveu o Parlamento, que era composto, em sua maioria, por opositores ao governo bolivariano de Maduro.
Em declaração à Folha de S. Paulo, o chanceler Aloysio Nunes classificou como “grave” a punição aplicada pelo Mercosul à Venezuela. “O objetivo é ter uma transição pacífica e a libertação dos presos políticos. Queremos que a Venezuela reencontre a democracia”, ressaltou o ministro tucano. A punição é sustentada pelo Protocolo de Ushuaia, acordo de 1998 que determina que a plena vigência das instituições democráticas é condição indispensável para a existência e o desenvolvimento do Mercosul.
Na decisão que suspende a Venezuela do Mercosul, os países integrantes destacam que “toda ruptura da ordem democrática constitui obstáculo inaceitável para a continuidade do processo de integração” ao bloco.
A nota assinada pelos países-membros do grupo afirma também que, assim que se verificar o pleno restabelecimento da ordem democrática na Venezuela, a suspensão será encerrada.