
Para o deputado federal Duarte Nogueira (PSDB-SP), a estatal enfrenta um processo de “profunda e intensa deterioração” devido à corrupção. “Em 2005, a empresa tinha uma dívida de US$ 46 bilhões. No final do ano passado, esse número já chegava a US$ 250 bilhões. É indignante”, ressaltou ele.
O tucano apontou também que a irresponsabilidade da gestão temerária que a Petrobras vem sofrendo foi determinante nesse caso. “[A Petrobras] é a empresa não-financeira mais endividada do mundo. Esse é apenas mais um passo no agravamento da empresa. Somente nos últimos três anos, a estatal perdeu cerca de US$ 100 bilhões no valor de mercado”, reiterou o deputado.
Graça Foster disse que o processo de investigação foi aberto na semana passada. Ela se recusou a mencionar nomes ou documentos que a auditoria está recolhendo. As informações são da reportagem publicada nesta terça-feira (18), no jornal O Estado de S. Paulo.
Punição
Duarte pediu uma investigação intensa e profunda por parte dos auditores. “É fundamental que os responsáveis e participantes desse esquema sejam condenados e paguem criminalmente por isso”. Ele lembrou também que o prejuízo deve ser ressarcido “doa a quem doer”.
Caso
Um ex-funcionário da SBM Offshore afirmou que empregados da Petrobras receberam US$ 139,2 bilhões em propina para fechar negócios com a empresa. Segundo o denunciante, que se intitulou diretor de vendas e marketing, o pagamento de propinas estaria claro em uma troca de e-mails entre executivos da SBM, em abril de 2011.
De acordo com a reportagem publicada no jornal O Estado de S. Paulo, na última sexta-feira (14), o representante comercial da SBM no Brasil, Julio Faerman, seria o principal repassador das propinas. Além do Brasil, o esquema abrangeria Itália, Guiné Equatorial, Angola, Malásia, Casaquistão e Iraque, envolvendo negócios entre 2005 e 2012.