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Um a cada três novos desempregados no mundo em 2016 será brasileiro, prevê OIT

Marcos Santos/USP Imagens Carteira de trabalho
Marcos Santos/USP Imagens Carteira de trabalho

Brasília (DF) – Não bastasse a crise econômica, os brasileiros têm mais um motivo para se preocupar: os alarmantes níveis do desemprego. De acordo com uma previsão da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o Brasil deverá registrar o maior salto na taxa de desemprego entre as grandes economias do mundo em 2016: 7,7%. 700 mil brasileiros deverão perder os seus trabalhos, o que equivale a dizer que um a cada três novos desempregados no mundo será brasileiro.

Segundo reportagem publicada nesta terça-feira (19/01) pelo jornal O Estado de S. Paulo, 2,3 milhões de postos de trabalho serão destruídos em todo o mundo até o final desse ano. Já o mercado brasileiro deverá responder por mais de um terço de todo o desemprego na América Latina. Em comparação a 2014, serão 1,2 milhão de novos desempregados no país.

“Essa é a maior elevação do desemprego entre as grandes economias”, alertou o diretor do Departamento de Pesquisas da OIT, Raymond Torres, em entrevista ao Estadão. “Será um ano muito difícil economicamente para o Brasil, com uma recessão e, apesar de tudo o que foi feito no passado para a criação de empregos e dos mecanismos institucionais e políticas sociais, nada será suficiente para conter o aumento do desemprego”, destacou.

O desemprego no Brasil também deve ficar em um nível bem superior ao da média mundial, que é de 5,8%. O país também vai na contramão da tendência entre os países ricos, que é a queda da taxa. No Reino Unido, por exemplo, o índice deverá ser de 5,4%, enquanto na Alemanha, poderá chegar a 4,6%. Mesmo em um dos países com uma das piores taxas na Europa, a Itália, o desemprego deverá cair, de 12,7% para 12%.

Para o diretor da OIT Raymond Torres, o governo brasileiro precisa fazer um melhor uso da política fiscal para tirar a economia da recessão.

“A política fiscal precisa recuperar o protagonismo que teve nos anos passados, mesmo que o mix seja diferente”, disse ao jornal. “Ela precisa ajudar na recuperação, e que não seja parte das medidas de austeridade, num país que não precisa da austeridade fiscal”, completou.

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