Vários dias já se passaram desde o ataque que deixou quatro crianças, com idades entre três e sete anos, mortas em Blumenau, Santa Catarina, vítimas de um jovem que invadiu uma creche com o intuito de promover terror e violência. Seguimos chocados com o nível de crueldade do atentado. Os atos criminosos deixaram as comunidades escolares de todo o país em estado de alerta e ao mesmo tempo apreensivas quanto à efetividade dos mecanismos de segurança para prevenir e proteger alunos, professores e demais profissionais do sistema de ensino.
Podemos imaginar o sofrimento das famílias que perderam seus filhos de maneira cruel e estúpida. Também imaginamos a dor e o trauma que os sobreviventes levaram para o resto da vida. São cicatrizes na alma que irão acompanhar todos aqueles que direta ou indiretamente estão envolvidos na tragédia.
O poder público deve agir de forma rápida para antever situações como essa e oferecer condições que permitam o restabelecimento da tranquilidade no ambiente escolar. Esse é o maior desafio das forças de segurança no momento e cabe aos representantes da população colaborarem para subsidiar ações preventivas, tanto no âmbito do aparato de segurança, quanto no atendimento psiquiátrico de potenciais agressores e vítimas.
O governo do Estado anunciou ações de prevenção e repressão, como o adicional de mais de 1,7 mil policiais no patrulhamento durante o período de jornada escolar. Pensando nisso, protocolei projeto de lei na Assembleia Legislativa propondo cinco medidas para que o Estado ofereça mais segurança às escolas públicas. A proposta cria o programa “Escola Segura” e determina o estabelecimento da presença permanente de agentes de segurança; instalação de detectores de metais na entrada das escolas; uso de “botão de pânico” em todas as salas de aula; câmeras de circuito interno; e instituição de núcleos de atendimento psicológico, prevenindo todo e qualquer sinal de conduta violenta.
Sabemos que não basta apenas equipamentos de segurança e mais efetivos na porta das escolas. Também é necessário pensar no atendimento psicológico dos alunos, prevenindo todo e qualquer sinal de conduta violenta.
O desafio é muito grande e não podemos perder um minuto neste momento de escalada de casos como o atentado de Blumenau. Devemos fazer tudo que estiver ao nosso alcance de forma emergencial, além de estabelecer medidas de longo prazo focadas na cultura da paz.
Kaká D’Ávila, deputado estadual