Confirmando as previsões de economistas, a agência de classificação de risco Fitch retirou do Brasil o grau de investimento, rebaixando a nota de crédito de BBB- para BB+, com perspectiva negativa. Com o anúncio, o país permanece com selo de bom pagador apenas na Moody’s, que também sinaliza com a possibilidade de um novo rebaixamento. A primeira agência a rebaixar a nota brasileira foi a Standard & Poor’s, ainda em setembro.
Segundo informações publicadas pelo jornal O Estado de São Paulo nesta quarta-feira (16/12), a Fitch justificou a decisão afirmando que a recessão no Brasil é maior que o previsto. A agência comunicou, ainda, que a decisão é resultado do aumento de incertezas políticas e de acontecimentos fiscais adversos.
Para o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), o novo rebaixamento é reflexo direto da desorganização econômica causada pelo governo de Dilma Rousseff. “É mais uma demonstração clara, cristalina, de que o Brasil está no rumo errado. Há uma crise profunda de credibilidade e de confiança”, avaliou.
A manutenção da perspectiva negativa, presente nos relatórios da Fitch desde abril, é sinal de que o Brasil pode ter ratings ainda mais baixos em um futuro próximo. A agência destacou os números ruins do Produto Interno Bruto (PIB), do consumo e do investimento como sinais de que a economia não apresenta perspectivas positivas.
O futuro sombrio da economia também foi alvo de análise de Pestana. “O Brasil vai ter um crescimento negativo de 3% este ano e já está projetado para o ano que vem cerca de 2,5% negativo. São nove milhões de desempregados que podem chegar a 11 milhões no final de 2016. Infelizmente, fica difícil até desejar aos brasileiros um feliz 2016”, lamentou.