Brasília (DF) – Réu por corrupção, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta de instituição financeira, o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo pessoal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou ter sido o “trouxa perfeito do PT”, usado para viabilizar um empréstimo de R$ 12 milhões no Banco Schahin, em outubro de 2004. Segundo o pecuarista, o dinheiro era destinado ao PT. As informações são de reportagem deste domingo (14) da revista IstoÉ.
Nas alegações finais apresentadas pela defesa de Bumlai ao juiz federal Sérgio Moro, os advogados do empresário relatam que, no caso do empréstimo no Banco Schahin, “o PT precisava de dinheiro para, entre outras providências, quitar dívidas da campanha da prefeitura de Campinas”.
O banco também tinha interesse em se aproximar do governo federal e do PT para “se beneficiar de novas ‘oportunidades de negócios’”. Em troca da operação financeira, o Grupo Schahin teria sido favorecido com um contrato de US$ 1,6 bilhão sem licitação com a Petrobras, para operar o navio sonda Vitória 10.000, em 2009.
“Nesse contexto, como esclareceu Bumlai, o empréstimo já estava totalmente aprovado e só precisava de um ‘trouxa’ pra assinar e ficar responsável por ele. E o ‘trouxa’ escolhido foi José Carlos Bumlai que, além de ser conhecido de todos os envolvidos, era adimplente e amigo do presidente Lula. Eis o trouxa perfeito!”, destacou a defesa no documento.
Os advogados acrescentaram ainda que Bumlai reconheceu o seu erro e se arrependeu imensamente. “Afinal, cometeu falsidades documentais que possibilitaram a irrigação ilícita de recursos ao Partido dos Trabalhadores, sucedida, posteriormente e à sua total revelia, de uma compensação de favores escusa entre esta agremiação partidária e o Grupo Schahin em negociações com a Petrobrás”.
Preso em novembro de 2015 na Operação Passe Livre, Bumlai foi autorizado em março deste ano a cumprir prisão domiciliar e fazer tratamento contra um câncer em casa. No entanto, na última quinta-feira, o juiz Sérgio Moro determinou que o pecuarista voltasse para a prisão em regime fechado.
Leia AQUI a íntegra da reportagem da revista IstoÉ.