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Analistas preveem cenário de retração no mercado de trabalho para 2016

140926-mercado-trabalho-desemprego-1-300x219Apesar do discurso otimista feito pela presidente Dilma Rousseff nas últimas semanas, representantes dos principais setores da economia ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo acreditam que a perspectiva para 2016 não será de recuperação no mercado de trabalho. Depois do corte de 1,5 milhão de empregos formais no ano passado, a perspectiva para 2016 é de que 3 milhões de empregos serão perdidos.

O setor que mais fechou vagas em 2015 foi a indústria. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) revelam que 608 mil vagas foram eliminadas. De acordo com o gerente executivo de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, as demissões irão continuar.

Castelo Branco afirma que a retomada da confiança e da geração de empregos depende de mudanças estruturais, como a reforma da Previdência e o ajuste fiscal.

Serviços

O setor de serviços também reflete o momento difícil da economia brasileira. Em 2015, o segmento perdeu 276 mil vagas. Segundo o presidente da Confederação Nacional de Serviços (CNS), Luigi Nese, o atendimento essencialmente voltado ao mercado interno faz com que o setor seja muito sensível à crise atual.

As demissões incluem as áreas de limpeza, vigilância e telemarketing, que estão mandando para a fila do desemprego pessoas com menor qualificação e remuneração. No trimestre até outubro de 2015, 429 mil pessoas que trabalham nos setores de informação, comunicação, serviços administrativos e complementares foram demitidas em relação a igual período de 2014, segundo os dados mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua.

A consequência disto é reforçar ainda mais o círculo vicioso já visto nos últimos meses. Quando as demissões aumentam, as pessoas passam a consumir e gastar menos, deprimindo ainda mais a atividade econômica e gerando mais desemprego.

Em janeiro, a Sondagem de Serviços da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostrou que 27% das empresas de serviços administrativos e complementares pretendem demitir nos próximos três meses. Além disso, 34,8% reclamam de demanda insuficiente.

Construção civil

Segundo o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, José Carlos Martins, o setor da construção também sofre com as dificuldades da economia brasileira. Ele alerta que contratos de obras estimuladas pelo governo, como as do Minha Casa Minha Vida, estão acabando, sem perspectiva de novos projetos.

Martins afirma que somente na cidade do Rio de Janeiro 35 mil operários ligados às obras da Olimpíada devem ser desligados nos próximos meses. Para ele a baixa disposição de investimento dos brasileiros também preocupa, pois, as famílias não deixaram de “colocar comida na mesa, mas adiaram o projeto de um novo imóvel”.

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