Brasília (DF) – Os pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos caíram para o menor nível dos últimos 44 anos. As solicitações do benefício recuaram em 19 mil na semana que terminou em 25 de fevereiro, o menor patamar desde março de 1973. Em contrapartida, o Brasil apresentou o cenário contrário. Diante da alta do desemprego – que já atinge mais de 12 milhões – e da grave crise econômica vivida pelo país, o número de trabalhadores que dependem do benefício cresce cada vez mais. As informações são do portal G1 desta sexta-feira (3).
De acordo com a reportagem, nem todos os brasileiros que precisam do seguro-desemprego conseguem dar entrada com facilidade no benefício. Para conseguir o dinheiro com mais rapidez, a melhor opção é o Poupatempo. Os trabalhadores encaminhados para um posto do Ministério do Trabalho podem enfrentar mais dificuldades.
O economista e deputado federal Adérmis Marini (PSDB-SP) defendeu a necessidade das reformas estruturantes para a retomada do emprego. Segundo o parlamentar, a realidade brasileira é reflexo da gestão “desastrosa” do PT nos últimos anos.
“O Congresso Nacional tem que ajudar o país fazendo as reformas necessárias, principalmente a reforma trabalhista visando a modernização das leis trabalhistas. A retomada de emprego é muito importante, vai priorizar o empreendedorismo de forma a gerar mais empregos para o país. Tudo isso é reflexo de uma legislação ultrapassada e precisa ser modernizada”, afirmou.
O parlamentar também reiterou a confiança nas ações econômicas promovidas pelo governo federal. “O ministro [da Fazenda] Henrique Meirelles tem feito ações positivas para a recuperação da economia e, consequentemente, para a geração de mais empregos. Acredito que a reforma trabalhista vai dar mais segurança para o empreendedor e para o trabalhador porque teremos uma melhora na qualificação. Vai fazer com que as pessoas produzam mais, além de criar mais competitividade no mercado de trabalho”, disse.
Desemprego ampliado
No final de janeiro deste ano, um levantamento feito pelo banco Credit Suisse apontou que o Brasil está entre os recordistas globais do chamado desemprego ampliado, que soma aos desempregados as pessoas que desistiram de procurar trabalho ou vivem de “bicos”. Pela pesquisa, cerca de 23 milhões de brasileiros estariam desempregados ou subutilizados, quase o dobro da taxa oficial.
O deputado classificou o dado como “alarmante” e chamou atenção para o aumento do número de jovens desempregados no país, que atingiu 25,9% no 4º trimestre de 2016. “É uma preocupação que tenho. Temos jovens com pouca perspectiva e sem qualificação, falta mercado de trabalho para eles”, apontou.