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Após admitir ter pago R$ 10 milhões de propina, empreiteiro diz que Petrobras foi aparelhada para achacar empresas

admitirBrasília – Em entrevista à Folha de S. Paulo, o empreiteiro Cristiano Kok, um dos proprietários da empresa Engevix, admitiu que pagou cerca de R$ 10 milhões em propina para fechar contratos com a Petrobras e afirmou que o aparelhamento imposto pelo governo federal à estatal criou mecanismos de corrupção e extorsão dentro da companhia.

“Os políticos aparelharam a Petrobras para arrancar dinheiro das empreiteiras. Foi extorsão”, disse Kok. A Engevix, segundo ele, pagou propinas referentes a contratos nas refinarias de Abreu e Lima, em Pernambuco, e em Cubatão, em São Paulo. Kok declarou que a propina era paga para evitar que a Engevix fosse prejudicada durante os processos licitatórios. Um dos sócios da empresa, Gerson Almada, está preso há mais de 120 dias.

O deputado federal Max Filho (PSDB-ES) definiu a entrevista de Kok à Folha como “didática” e “um exemplo da lógica do aparelhamento e da corrupção que existe atualmente na Petrobras”.

O parlamentar afirmou que, como está no controle da Presidência da República há 12 anos, o PT é responsável pelo delineamento do sistema de contratações e outros relacionamentos empresariais nas estatais, como a Petrobras – e, portanto, o modelo de extorsões descrito por Kok tem no PT seu principal criador.

“A realidade é que o governo sacrificou as estatais no altar da governabilidade. Apostou no aparelhamento para assim garantir apoio. Dessa forma, abriu mão da eficiência da empresa e abriu caminho para uma lógica em que, para sobreviver, as empresas são obrigadas a descambar para o lado da corrupção”, ressaltou.

O tucano destacou que outra consequência do aparelhamento praticado pelo PT é a restrição da competitividade imposta às empresas nacionais. Há, segundo Max Filho, um processo de restrição de mercados, em que as companhias que atuam com o poder público são escolhidas não por sua eficiência ou por sua capacidade, mas sim pela possibilidade a atenderem a critérios políticos.

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