Ainda sob os efeitos da crise que prejudica a economia brasileira desde o governo Dilma Rousseff, a inadimplência bateu mais um recorde negativo. O Brasil tem 61 milhões de pessoas com o nome sujo na praça, segundo levantamento do departamento de dados da Serasa Experian. Somadas, as dívidas em atraso alcançaram o valor de R$ 274,6 bilhões em maio, o que significa que cada pessoa deve, em média, mais de R$ 4 mil.
Somente entre os meses de maio e abril, mais 900 mil pessoas foram incluídas na lista de devedores. São inseridos nesse cadastro consumidores que não pagam débitos como contas de luz, telefone, faturas do cartão de crédito, empréstimos pessoais, entre outros. Deputado pelo PSDB do Distrito Federal, Izalci Lucas aponta como a origem desse fenômeno a recessão deixada como herança pela gestão da ex-presidente.
“Primeiro é a crise instalada, na qual todo mundo acreditou nas promessas de campanha, quando foi oferecido tudo e não cumpriram aquilo que prometeram. E isso acabou em recessão, com a situação que está aí. Agora que a economia começa a sinalizar uma recuperação.”
Economistas apontam que o crescimento da inadimplência acompanha o nível elevado do desemprego e a queda na renda das famílias. De acordo com a equipe econômica do governo, tais fenômenos devem começar a se estabilizar no segundo semestre, quando se espera que a economia volte a gerar empregos. Izalci concorda com as previsões, visto que o país já deu os primeiros sinais de recuperação.
“Era de se esperar. Não só o desemprego, né. O volume do desemprego interfere também na inadimplência. Se a pessoa não está trabalhando, a primeira coisa que a pessoa faz é suspender o pagamento das dívidas. Na medida em que você começa a retomar o índice de emprego, a inflação e os juros caem. Além de sinalização de aumento de superávit, a tendência é ir recuperando aos poucos a estabilidade. Evidentemente, as pessoas começam a fazer planejamento e renegociar as dívidas.”
Outra característica dessas dívidas, segundo a Serasa, é que o pico da inadimplência foi observado em março e maio, meses em que vencem tributos como IPTU, IPVA, e quando se compram presentes para datas comemorativas, como o Dia das Mães. De acordo com a instituição, os devedores estão em atraso com, pelo menos, quatro credores diferentes entre bancos e empresas como concessionárias de serviços básicos e varejo.