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Após ser arrolada como testemunha de réu, Dilma diz não ter nada a declarar sobre compra de MPs

Presidenta Dilma Rousseff participa  da comemoração da produção dos 500 mil barris de petróleo/dia extraídos da camada pré-sal pela Petrobras (Tomaz Silva/Agência Brasil)
Presidenta Dilma Rousseff participa da comemoração da produção dos 500 mil barris de petróleo/dia extraídos da camada pré-sal pela Petrobras (Tomaz Silva/Agência Brasil)

A presidente Dilma Rousseff afirmou não ter “qualquer informação ou declaração a prestar” em relação ao suposto esquema de compra de medidas provisórias investigado pela Operação Zelotes. A petista, que era ministra-chefe da Casa Civil quando duas MPs suspeitas foram editadas e já presidente durante a edição de outra medida investigada, foi arrolada como testemunha de defesa de Eduardo Valadão, um dos envolvidos no caso.

De acordo com matéria publicada pelo jornal O Estado de São Paulo nesta quinta-feira (4), a Subchefia de Assuntos Jurídicos da Casa Civil solicitou, a pedido de Dilma, que o juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal, não mais autorize nenhum depoimento da presidente sobre o caso. O deputado federal Rodrigo de Castro (PSDB-MG) criticou a postura e disse que a presidente “tem o dever de prestar contas à justiça”.

“Além de atual presidente e ex-ministra da Casa Civil, Dilma é cidadã, e como tal tem deveres, entre eles o de prestar contas e de demonstrar transparência. Embora ela insista que não tem nenhum envolvimento com as investigações, o seu governo mostra o contrário, pois parece uma peneira, de tantos furos que existem”, apontou o parlamentar.

O pedido de Dilma não é inédito entre os principais nomes do PT. Após ser convocado pelo lobista Alexandre Paes dos Santos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também solicitou que seu depoimento fosse dispensado, pedido acatado pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira após o réu ter desistido de chamar o ex-presidente para testemunhar. Rodrigo de Castro disse que vê com “temor e estranhamento” os pedidos feitos por Dilma e Lula para não prestarem depoimentos.

“Eles deviam se colocar à disposição. Não foram somente esses dois réus, os nomes deles foram citados por diversos delatores. Obviamente, ninguém é culpado antes de as provas serem apresentadas, mas existem evidências suspeitas e o cerco em torno de Dilma e Lula está se fechando”, ressaltou o deputado mineiro.

Os procuradores da Zelotes investigam o esquema de lobby e pagamento de propinas para viabilizar medidas provisórias que fossem favoráveis a empresas do setor automotivo. Lula era presidente quando duas dessas medidas (MP 471/2009 e MP 512/2010) foram editadas. A outra MP suspeita (MP 627/2013) foi aprovada já durante o governo Dilma.

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