Brasília (DF) – Às vésperas das eleições, o governo da presidente Dilma Rousseff trabalha para impedir que o aumento com despesas de energia, gasolina e diesel cheguem ao consumidor. Os gastos para evitar esses reajustes podem chegar a R$ 63 bilhões neste ano, conforme cálculo feito pelo Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), segundo a Folha de S. Paulo.
O valor disparou em proporção do Produto Interno Bruto (PIB) no governo da presidente Dilma Rousseff, saindo de 0,29% em 2011 para 1,19% neste ano.
Os desembolsos serão feitos, direta ou indiretamente, pela Petrobras (R$ 42 bilhões), que banca a diferença entre os preços dos combustíveis praticados no exterior e no Brasil, pelo Tesouro (R$ 13 bilhões), que vai cobrir parte do rombo das distribuidoras de energia, e pelos bancos (R$ 8 bilhões) que financiarem a CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica).
Segundo especialistas, os gastos para evitar o aumento das contas de luz são quase iguais aos da assistência social, incluindo o Bolsa Família (R$ 62,5 bilhões), e superam os desembolsos com seguro desemprego e abono salarial (R$ 46,4 bilhões).
No setor de combustíveis, a situação também é preocupante. As dificuldades de produção e refino da Petrobras fizeram a participação do diesel importado no consumo nacional sair de 8% em 2009 para 17% em 2013. Na gasolina, a alta foi de 0% para 9%.