Quase oito meses depois de perder o mandato por ter cometido crimes de responsabilidade, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) ainda não superou o discurso do “golpe” e deu início a uma longa viagem pelos Estados Unidos, na qual continua a defender essa tese, além de denunciar o que chama de “retomada de um projeto neoliberal no Brasil”. Em uma palestra realizada no último sábado (8), Dilma disse que vai continuar alegando que foi vítima de um golpe parlamentar no Brasil, apesar de o Congresso Nacional brasileiro ter aprovado legitimamente o seu impeachment – referendado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) reforça que essa tese não prevalece, e lembra que todo o processo de impeachment teve amparo jurídico previsto na Constituição.
“Como é que foi golpe sendo que nós tivemos a Suprema Corte à frente desse processo? Sendo que a ex-presidente Dilma teve, de acordo com a Constituição, todo o direito de defesa e do contraditório? Esse processo passou exaustivamente pelas comissões da Câmara e do Senado, pelos plenários. Isso, para mim, é passado”, disse o tucano.
Nos Estados Unidos, Dilma Rousseff também pretende atacar seu sucessor, o presidente Michel Temer. Um de seus argumentos é que Temer pretende levar o país “a relações internacionais de submissão às grandes economias”. Para Ataídes,o discurso ideológico de Dilma não será eficiente.
“Deixa ela fazer o show dela. Ela só não pode fazer esse show – fracassado, diga-se de passagem – com o dinheiro do povo. Ela não pode fazer essas viagens às custas do erário. E nós temos é que olhar o Brasil, olhar para frente. Esse passado é bom que nem se pense nele, de tão horrível que foi o estrago que o governo do PT causou ao Brasil”, afirmou.
Em sua agenda pelos Estados Unidos, Dilma participará de três debates em Nova York, três em Washington, e outros dois em Providence e Boston. No último sábado, a petista falou numa palestra em Cambridge.