Artigo de Kaká D’Ávila, deputado estadual (PSDB), publicado originalmente no Jornal do Comércio (08/03/2023).
Sabemos que a participação das mulheres no mercado de trabalho é cerca de 20% inferior a dos homens. De acordo com pesquisa divulgada, há um ano, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-IBRE), entre 2014 e 2019 a taxa de participação feminina no mercado de trabalho cresceu continuamente e atingiu 54,34% em 2019. Em 2020, com a pandemia, o índice recuou para 49,45% e ficou inferior ao indicador da série histórica, que registrou, em 2012, 51,58%. Em 2021, houve uma leve melhora para 51,56%, mas o índice segue inferior ao total de homens empregados (71,64%). O estudo foi feito com base em análise de dados da PNAD de 2021, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Lamentavelmente, as mulheres formam a maioria na taxa total de desemprego do país e menos da metade das brasileiras em idade de trabalho possui ocupação. A taxa média de desemprego dos últimos anos ficou em 13,2%. Isso representa cerca de 12 milhões de desempregados, sendo 6,5 milhões (13,9%) de mulheres e 5,4 milhões (9%) de homens, segundo a PNAD do IBGE. Esses números só reforçam a preocupação que devemos ter ao buscar alternativas para ajudar no processo de reversão do desequilíbrio entre homens e mulheres no mercado de trabalho.
As mulheres assumem grandes responsabilidades e desempenham diferentes papéis na sociedade. Algumas dessas atribuições recebem maior destaque, como o papel de mãe, chefe de família e trabalhadora. Pensando em ajudar as mulheres, que são mães e buscam trabalho, protocolei, recentemente, na Assembleia Legislativa, um projeto de lei visando criar um espaço kids em órgãos de atendimento ao público e nas agências da Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS/SINE). O ambiente é essencial para auxiliar mulheres que precisam de uma ocupação profissional. São essas batalhadoras e guerreiras do cotidiano que merecem a nossa total atenção, em especial nos momentos de crise econômica e desemprego.
A criação de espaço kids não requer grandes destinações de recursos e ao mesmo tempo possibilita um ambiente simples e essencial para atender às necessidades das mães, que lutam contra a situação de desemprego e de fome enfrentadas por muitas famílias. Todo o suporte dado para elas deve ser priorizado. Os gestores públicos devem ter sensibilidade para atender demandas sociais e servirem como promotores do amparo aos que mais necessitam de ajuda.