O País, na última década, sofreu com governos retrógrados e falastrões. O Estado engordou e tonificou seu caráter autoritário, impôs barreiras para a qualificação da infraestrutura, invadiu áreas da livre iniciativa, desorganizou os preços da energia, maquiou dados econômicos afetando a credibilidade, politizou a gestão e saqueou grandes estatais, fez crescer irresponsavelmente o gasto público e montou grande rede de beneficiamentos de grupos de militância. Um verdadeiro desastre em nome de um socialismo bolivariano violento, tacanho e ultrapassado.
No campo educacional, o PT preferiu montar uma máquina assistencialista a elevar os indicadores de educação. Não deram atenção devida à qualidade. Fizeram a política quantitativa de distribuir diplomas sem o correspondente em conhecimento e desenvolvimento de habilidades e competências úteis à vida produtiva das pessoas. O resultado geral é de que não avançamos no preparo adequado da mão de obra para o mercado. Há uma legião de jovens, até diplomados, mas sem perícias, sem técnica, sem preparo profissional. O fato torna o futuro da nação incerto.
Uma das maiores mazelas do ensino brasileiro é a falta de qualificação mínima na educação básica. E o desvio já começa na alfabetização das crianças. Com a aplicação, por opção ideológica, de metodologias de ensino baseadas em premissas chamadas de construtivismo ou linguagem global, chegamos a terrível cifra de apenas 11% de alunos do 3º ano do ensino fundamental plenamente alfabetizados, segundo avaliação (ANA) do MEC.
O PT, no poder, negligenciou a tarefa de instruir e concentrou esforços e recursos públicos para influenciar no conteúdo da instrução, visando moldar o estudante e repassar mitologias, clichês e visões reducionistas. Promoveram o movimento de fusão do sistema de ensino com um sistema de propaganda política e moral, elegendo a disseminação de teses, teorias e mitos de interesse do partido e de seus assemelhados. A prova disso foram as duas versões petistas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Qualquer leitura atenta dos documentos mostra que os mesmos visavam a uma engenharia comportamental, usurpando o direito natural da família em moldar a moral de seus membros. O Estado brasileiro, sob o comando da esquerda, ultrapassou a fronteira entre instruir e doutrinar.
Agora, com a troca legal e constitucional do governo, chegamos ao impasse. De um lado, ampliar e consolidar o atual modelo que está fazendo a nação patinar. De outro, caminhar para a modernização do país rumo à liberdade econômica e à sociedade do mérito educacional e científico. É preciso instruir e qualificar de verdade nossas crianças e consolidar os fundamentos para o crescimento duradouro e gerador de oportunidades.
O MEC apresentou no dia 06 de abril sua versão da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) à sociedade. O documento norteará todos os currículos dos sistemas e redes de ensino da educação básica. A importância do fato é notória. De forma geral, o foco deverá estar na melhoria do ensino, no reforço do ensino de línguas e de matemática necessários à elevação do desempenho escolar. A base não poderá ser ampla e rasa, subjetivista e ideológica em detrimento de evidencias científicas da ciência da educação. Deverá optar pelo aprofundamento dos assuntos abordados em detrimento de abordagens extensivas e superficiais. Os temas abordados deverão ter como parâmetros as tradições científicas e referenciais internacionais de países eficientes no ensino.
A BNCC poderá ajudar a qualificar a educação básica, mas não é panaceia. Por si, ela não produzirá nenhum milagre. Ela poderá até atrapalhar, caso não esteja clara e objetiva. Não deverá estar carregada de ideologias, conceitos frágeis e ambíguos e pedagogia não científica como foram as versões petistas. Vamos aguardar e torcer que o documento esteja sintonizado com o espirito do tempo e com os anseios da nação, ao contrario dos panfletos doutrinários que foram apresentados pelo PT.