Brasília (DF) – O custo para o Tesouro Nacional dos empréstimos que fez ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve bater novo recorde em 2016. A estimativa oficial, baseada nas informações complementares à proposta orçamentária, encaminhada pelo governo ao Congresso Nacional na semana passada, é de que o Tesouro tenha um prejuízo de R$ 38,6 bilhões no próximo ano com essas operações.
De acordo com a o jornal Valor Econômico desta terça-feira (22), o montante é superior em R$ 10 bilhões à dotação que consta na proposta orçamentária de 2016 para o Bolsa Família e é mais da metade de todo o esforço fiscal (R$ 66,2 bilhões) anunciado pelo governo para evitar um déficit primário nas contas da União no próximo ano.
Para o deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), a situação é reflexo dos erros de gestão cometidos ao longo dos governos petistas. “O governo da presidente Dilma Rousseff optou equivocadamente por subsidiar o BNDES e as grandes empresas. Se aplicasse o dinheiro na micro empresa, por exemplo, não gastaria nem um terço desse valor e não teria um prejuízo tão grande”, afirmou.
Segundo a reportagem, o prejuízo do Tesouro com as operações do BNDES aumentou muito a partir deste ano, em virtude da elevação da taxa Selic e pelo fato de o governo ter começado a pagar a despesa com a equalização dos juros. A previsão oficial é de uma despesa R$ 30,5 bilhões em 2015, sendo R$ 23,2 bilhões em subsídio implícito e R$ 7,3 bilhões com a equalização.
Impacto
O tucano reiterou que o impacto é sentido diretamente pela população. “O cenário é extremamente crítico para o brasileiro. É insuportável que o dinheiro do contribuinte seja usado para subsidiar o BNDES e não se tenha mais dinheiro para saúde, educação e outras áreas de fundamental importância para qualquer povo”, lamentou.
Em julho passado, os empréstimos do Tesouro ao BNDES totalizavam R$ 511 bilhões. São com esses recursos que o banco estatal contrata as operações de crédito do Programa de Sustentação do Investimento (PSI).